A vice-governadora Izolda Cela (PDT), que pode assumir o cargo de governadora até abril, defendeu nesta quarta-feira (2), a manutenção da aliança entre PT e PDT no Ceará. Mesmo com uma maioria de sinalizações em prol da aliança, ainda há uma ala no PT que batalha por indicar nome petista para a sucessão do governador Camilo Santana (PT), o que tem causado ruídos com o PDT.
"Nosso desafio está exatamente em colocar os interesses de um projeto político a bem do Ceará como prioridade. Então é saber quais são as diferenças entre os partidos. E, no âmbito nacional, cada partido tem seu pré-candidato e faz suas defesas, mas a gente pode superar essas diferenças dar seguimento, no Ceará, a uma aliança que vem sendo benéfica" disse Izolda.
Um dos principais impasses na aliança é a disputa nacional entre os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT). A ala do PT que se opõe a apoiar um nome pedetista ao Governo do Ceará teme o enfraquecimento de um palanque para Lula, dada a força do PDT no Estado.
No sábado (29), o diretório estadual do PT anunciou a pré-candidatura de Camilo ao Senado como forma de evitar desgastes com o PDT e outros aliados.
O governador, mesmo que evite ainda confirmar seu nome para o Senado, tem mantido o discurso em prol da aliança.
"Vamos definir isso na hora certa, temos o prazo legal, que é o início de abril. Eu e a Izolda fazemos parte de um projeto, não é um projeto pessoal e individual, participamos de um projeto que tem feito avanços importantes no Estado. (...) No momento certo, vamos decidir. No que eu puder, (vou) colaborar, contribuir, para que esse projeto possa continuar, corrigindo os erros, avançando. (...) Tomaremos a decisão no tempo certo, dentro dos prazos legais", disse Camilo, durante coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa.
Para disputar o Senado, Camilo Santana precisa se descompatibilizar da função no governo até abril, conforme as regras da Justiça Eleitoral. Dessa forma, Izolda assumiria o Governo. Ela ainda é cotada como pré-candidata à sucessão do governador no PDT. Se optar por permanecer no Executivo em 2022 e for candidata nas eleições de outubro, Izolda não poderá ser candidata à reeleição em caso de vitória.
Com informações da repórter Luana Barros.