Censo 2022: com avanço do turismo, Ceará ganha 100 mil domicílios de uso ocasional em 10 anos

Segundo o Censo 2022, o Estado possui 18,8% domicílios de uso ocasional a mais do que tinha em 2010

A franca expansão da atividade turística no Ceará a partir de investimentos públicos e privados nos últimos 10 anos refletiu no aumento do número de imóveis utilizados para aluguéis por temporada ou segunda residência. Segundo o Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado possui 18,8% domicílios de uso ocasional a mais do que tinha em 2010.

Em números absolutos, foram constatados, pelo mais recente Censo, 213,1 mil imóveis com esse perfil em todo o Ceará. Em 2010, eram 113,1 mil domicílios de uso ocasional, crescimento de cerca de 100 mil unidades em 10 anos.

Francisco Lopes, superintendente estadual do IBGE, frisa que os domicílios de uso ocasional são justamente esses cujos proprietários possuem mais de uma residência e podem usar aquele imóvel nos fins de semana ou nas férias. Essas habitações são casas de praia ou de campo e se localizam em áreas em que o turismo é mais forte.

Os imóveis não são apenas utilizados pelos proprietários em períodos específicos, sendo ainda alugados para outras pessoas em plataformas que servem para mediar esse tipo de serviço, a exemplo de Airbnb e Booking.

“Isso tem acontecido demais. Muitos municípios são na orla marítima, temos Guaramiranga também por causa do turismo”.

Além das áreas com turismo mais latente se destacarem no número de domicílios de uso ocasional, Lopes pontua que esse número maior também pode ser observado em cidades próximas de universidades, localidades que costumam atrair estudantes de outras regiões.

No Ceará, Guaramiranga é a cidade que detém o maior percentual de domicílios de uso ocasional, conforme o Censo 2022 (32,1%). Em seguida, aparece Aquiraz (25,2%). A terceira posição é de Icapuí (20,4%).

Veja o ranking:

  1. Guaramiranga: 32,1%
  2. Aquiraz: 25,2%
  3. Icapuí: 20,4%
  4. Beberibe: 19,9%
  5. Paracuru: 19,1%
  6. Meruoca: 17,7%
  7. São Gonçalo do Amarante: 15,2%
  8. Mulungu: 14%
  9. Trairi: 12,3%
  10. Alcântaras: 12,2%
  11. Fortim: 12,2%
  12. Cascavel: 12,1%
  13. Itaiçaba: 11,7%
  14. Santana do Cariri: 11,3%
  15. Senador Pompeu: 10,9%
  16. Pacoti: 10,8%
  17. Aratuba: 10,3%
  18. Apuiarés: 10,2%
  19. Aracati: 10,1%
  20. Moraújo: 10%

No Brasil, o número de domicílios particulares de uso ocasional saltou 70% entre 2010 e 2022, passando para 6,6 milhões de imóveis.

Das 10 cidades com o maior percentual de domicílios de uso ocasional, nove estão localizadas no Sul do Brasil. O primeiro lugar ficou com Arroio do Sal (RS), com 72,3%. Em seguida, aparece Xangri-lá, também no Rio Grande do Sul, com 70,5%.

Qual a diferença entre domicílios de uso ocasional e domicílios vagos?

Segundo o IBGE, o domicílio de uso ocasional é o domicílio particular permanente que na data de referência servia ocasionalmente de moradia.

"Ou seja, são aqueles usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus ocupantes ocasionais estivessem presentes", esclarece o Instituto.

Já o domicílio vago é o domicílio particular permanente que não tinha morador na data de referência, mesmo que, posteriormente, durante o período da coleta, tivesse sido ocupado.