De olho na exploração de ouro, Pedra Branca já dialoga com empresa canadense sobre investimentos

Na última semana, prefeito do Município iniciou diálogos com empresa que faz estudo. As partes já analisam construção de açude e obras de logística

A possibilidade de exploração de ouro pela primeira vez na história do Ceará anima o município de Pedra Branca, que começa a traçar estratégias para tirar proveito da operação que deve ter os estudos concluídos em julho de 2022. Poder público e iniciativa privada já começaram a dialogar sobre o assunto.

Conforme antecipou o colunista Victor Ximenes, deste Portal, a empresa canadense South Atlantic Gold está investindo R$ 13 milhões em pesquisa mineral para verificar a viabilidade de exploração de ouro no Estado. 

O prefeito do Município, Matheus Gois (PSD), esteve reunido com representantes da empresa na última semana. Além do prazo para conclusão do estudo, as partes discutiram as necessidades para uma eventual exploração do minério no Ceará. 

“Foi uma conversa muito boa. A gente tem uma expectativa de dar certo. Inclusive já recebemos as demandas como a construção de estradas e de um açude na região, para iniciar um planejamento. O município está disposto a fazer sua parte, mas queremos que o beneficiamento do minério seja feito aqui”. 
Matheus Gois (PSD)
Prefeito de Pedra Branca

Estão sendo estudadas amostras do solo em 40 mil hectares nos limites de Pedra Branca, Tauá e Independência, no Sertão cearense. 

Além do prefeito e de Eduardo Leão, participaram do encontro o deputado federal Domingos Neto (PSD), representante da região, e o cearense e ex-diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Tomas Figueiredo Filho.

Possibilidade de desenvolvimento

Além de ser um marco histórico com a primeira operação do tipo no Estado, a exploração de ouro poderá gerar empregos diretos e indiretos e também outros dividendos para o Município como uma elevação considerável na geração de tributos como o ISS. 

As maiores operações de ouro no Brasil estão entre os estados do Pará, na região Norte do País, e em Minas Gerais, no Sudeste. 

O diretor de relações institucionais da empresa canadense, Eduardo Leão, destaca o desenvolvimento que a exploração de minérios leva às regiões, com impacto direto e indireto no PIB municipal, na renda e a criação de áreas de desenvolvimento local. 

Ele pondera, entretanto, que os estudos ainda não são conclusivos em relação à exploração de ouro no Ceará.

"Estamos investindo R$ 13 milhões nos estudos. É um trabalho detalhado para vermos a viabilidade da operação. É cedo para falar se há visibilidade de exploração, mas estamos confiantes".
Eduardo Leão
South Atlantic Gold

Caso a operação seja viável, deverá caber ao poder público uma parceria para consolidar a atração do investimento privado. Duas grandes pendências são mesmo em relação a fontes de água para a operação e também a abertura de estradas que possam ajudar na logística. 

Atualmente, Pedra Branca já tem exploração de minérios como mármore e granito. Entretanto, nestes casos, os materiais são retirados e levados para beneficiamento em outras regiões.

“Queremos evitar que isso aconteça de novo. Queremos o beneficiamento aqui no município e a empresa confirmou que essa é a intenção”, reforçou o prefeito.

Ex-diretor da ANM, Tomas Figueiredo destaca o potencial do Ceará na área de mineração. "São muitos estudos em andamento e isso pode trazer mais investimentos ao Estado", diz.