Casos de Covid-19 têm salto no Ceará e poder de contaminação sugere variante ômicron, diz Cabeto

O médico e ex-secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto considera que não é hora de "apavorar as pessoas", mas que é preciso atenção às medidas sanitárias

Ex-secretário de Saúde do Estado, o médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, destaca, com base nos dados fornecidos por laboratórios privados aos quais teve acesso, que, nos últimos 15 dias, a taxa de positividade nos exames para a Covid-19 no Ceará saltou de cerca de 1 a 3% para até 30% . 

O crescimento exponencial, segundo o especialista, sugere um avanço da variante ômicron no Estado, mas Dr. Cabeto deixa claro que é importante aprofundar os estudos científicos neste sentido. 

"Temos atendido casos de pessoas que foram a um jantar e todos saíram contaminadas. Em outro caso, em uma loja de shopping, todos os funcionários testaram positivo. Então, este comportamento sugere uma entrada da variante ômicron que, embora, ao que se sabe, gere casos mais leves, tem um poder de contaminação maior". 
Dr. Cabeto
Médico

Outra observação que faz é que a maioria de casos leves indica também o fator protetor das vacinas. "Até o momento, só temos visto casos graves em não-vacinados. Inclusive, tem reduzido o prazo de positividade da covid para 5 a 7 dias", destaca, ao acrescentar a convocação à população para tomar a segunda dose e também a dose de reforço dos imunizantes. 

O cenário, destaca o cardiologista, que esteve à frente da Pasta da Saúde do Estado durante os períodos mais críticos da pandemia, é de atenção para fortalecer os diagnósticos, ter uma boa qualidade de dados e, posteriormente, traçar as melhores estratégias para encarar este novo momento. 

"Não é hora para apavorar as pessoas. Os casos observados até agora são casos mais leves, em sua ampla maioria. Mas é importante que todos saibam que é preciso manter a precaução", diz.
 

Influenza também exige precaução 

Some-se a isso, a alta procura por unidades de saúde, principalmente privadas, mas também públicas, para tratamentos de sintomas gripais relacionados à influenza (H3N2).  

"É importante deixar claro que nos dois casos, de influenza e covid-19, estamos no início de um surto. É preciso acompanhar, qualificar os diagnósticos para termos uma melhor estratégia de enfrentamento", encerra.