O governador Camilo Santana (PT) está incomodado com a realização de eventos públicos com geração de aglomerações no Estado, elevando riscos de contaminação por Covid-19. Embora a situação epidemiológica no Ceará esteja favorável, Camilo quer dar freio no descontrole nos próximos meses, enquanto tenta avançar a vacinação.
No último domingo, o chefe do Executivo se mostrou contrário à realização de festividades como Réveillon e Carnaval, apesar de reforçar que o comitê da pandemia é que dará a determinação.
A declaração do governador acaba sendo um alerta para a observância às normas de proteção principalmente em eventos públicos.
Ao desautorizar as tratativas de prefeituras sobre o tema, o governador tenta segurar o ímpeto dos mais afoitos, num momento em que o Estado ainda precisa avançar mais na vacinação e consolidar as normas sanitárias como a exigência do passaporte da vacina.
Desde o mês passado, prefeituras do Ceará, inclusive a de Fortaleza, como antecipamos nesta Coluna, já estão discutindo formas de realizar as festividades públicas. A ideia seria usar o Réveillon como teste para o Carnaval.
A questão é que, quanto mais o tempo passa, mais vai ficando difícil para os municípios organizarem a parte burocrática que precisa anteceder a data de 31 de dezembro.
A Capital, inclusive, já se prepara para lançar um edital do pré-carnaval de Fortaleza. Todas as vezes que tratou do assunto, o prefeito José Sarto (PDT) demonstrou cautela sobre o tema e disse aguardar diretrizes do comitê estadual, principalmente para a realização do réveillon com shows musicais no formato em que ocorriam antes da pandemia.
Geração de renda
Como a atividade turística foi bastante prejudicada por conta da pandemia e é um setor vital para a economia cearense era natural que municípios e iniciativa privada iniciassem as tratativas para tentar organizar os eventos, num momento em que as regras já permitem até jogos de futebol – na última semana, o clássico-rei, entre Ceará e Fortaleza, reuniu 24 mil pessoas no Castelão.
O papel das autoridades, neste momento, é seguir o aconselhamento científico e epidemiológico e buscar um equilíbrio entre a retomada gradual da economia, inclusive exigindo o passaporte de vacina, se for o caso, mas não expor a riscos à saúde coletiva.
A equação é difícil de resolver e dependerá de ainda mais diálogo entre as partes. Não é demais lembrar que uma parte desta responsabilidade é dos cidadãos, que devem estar vacinados e seguriem cumprindo as normas estabelecidas para o momento.