Recuperação de áreas degradadas no Ceará atrai investidor

Diplomata brasileiro que serviu na ONU mantém contatos com Faec e SDE para a implantação de projeto que une geração de energia solar com atividades agropastoris

Com um olhar próprio de quem está muito interessado no êxito das negociações, Sílvio Carlos Ribeiro, secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, acompanha os entendimentos do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), Amílcar Silveira, com um diplomata brasileiro, que durante vários anos serviu na ONU, em torno e um projeto que objetiva a recuperação de áreas degradadas no semiárido cearense. 

Na semana passada, por teleconferência, os três conversaram e trocaram ideias por mais de uma hora. O diplomata revelou que, para esse tipo de projeto – cuja finalidade é, ao mesmo tempo, recuperar e desenvolver essas áreas – há financiamento disponível em organismos multilaterais, como a própria Organização das Nações Unidas.

Trata-se de um empreendimento que pode ser implementado pela iniciativa privada em parceria com o poder público – e vice-versa. 

“Temos interesse em participar do projeto, pois também é nosso objetivo contribuir para a preservação do meio ambiente”, disse à coluna o presidente da Faec, que acaba de implantar o Serviço de Inteligência e Inovação do Agronegócio do Ceará, em cujas estatísticas e informações estão as relativas às áreas degradadas.

O secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, vê com simpatia esse projeto e deu sinal verde ao seu secretário Sílvio Carlos Ribeiro, que prosseguirá os entendimentos com o diplomata e com a presidência da Faec. 

Pelo que esta coluna apurou, os projetos de recuperação de áreas degradadas em desenvolvimento no mundo estão a utilizar a implantação de usinas de geração de energia solar fotovoltaica consorciadas com variados tipos da atividade agropastoril, incluindo a criação de ovinos, algo que, na opinião de Amílcar Silveira, é muito viável no sertão do Ceará. 

Mas tudo dependerá da tecnologia a ser empregada para a recuperação do solo – o pisoteio de animais, por exemplo, é só uma das alternativas disponíveis, para as quais será indispensável a oferta de água. 

Dependendo da área onde o projeto for desenvolvido, o ferta hídrica será resolvido pela perfuração de poços, cuja profundidade variará de acordo com a geologia do lugar.

“O projeto de recuperação de áreas degradadas é muito viável, e é por isto mesmo que estamos a acompanhar os entendimentos, com a disposição de colocar à disposição dos empreendedores o que o governo estadual puder oferecer”, como explica o secretário Sílvio Carlos Ribeiro.