E ontem foi um dia de grande performance da Bolsa de Valores brasileira B3: ela subiu 1,10% e chegou aos 114.270 pontos, algo que não acontecia desde novembro de 2022.
O dólar, por sua vez, caiu 1,22%, fechando o dia cotado a R$ 5,07.
Mas o volume negociado no pregão de ontem, de apenas R$ 22 bilhões, teve como causa o feriado em São Paulo, que, porém, não impediu o funcionamento da bolsa.
O que ontem causou a alta da B3 e a queda do dólar foram resultados financeiros de algumas corporações norte-americanas, como a Microfosft, que, embora tenha registrado um bom lucro no quarto trimestre do ano passado, apresentou ontem suas diretrizes para 2023, indicando que haverá queda no faturamento no seu setor de armazenamento em nuvem, que em 2022 teve receita maior do que a prevista.
Outras grandes empresas norte-americanas deverão divulgar nesta e na próxima semana seus balanços com suas diretrizes, e isto deixa o mercado financeiro em estado de expectativa, o que favorece a economia dos países emergentes.
No caso do Brasil, houve ontem uma boa entrada de dólares na Bolsa B3, fazendo com que a cotação da moeda norte-americana registrasse queda.
Outro fator muito positivo que ajudou a bolsa brasileira foi um relatório do Bank of America, que elogiou a economia brasileira. De acordo com esse relatório, com a retomada da economia chinesa, que, passada a pandemia, já emite fortes sinais de recuperação, o Brasil será um dos destinos dos investidores estrangeiros porque é sede de algumas empresas que mais exportam commodities agrícolas e minerais, além de proteína animal para o mercado chinês.
Enquanto isso, prossegue a novela em que se transformou o escândalo da Americanas.
Ontem, o Banco BTG Pactual conseguiu, junto ao Superior Tribunal de Justiça, o STJ, reverter uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que na véspera liberara R$ 1,2 bilhão retidos nas contas da Americanas.
Esse dinheiro foi outra vez bloqueado, prejudicando o fluxo de caixa da empresa, que ontem divulgou a lista dos seus credores, na qual constam grandes bancos nacionais e estrangeiros e fornecedores da indústria, entre os quais a Samsung e a LG.
Como se pode observar, o Poder Judiciário entrou agora como novo protagonista do caso da Americanas, cujo rombo de R$ 40 bilhões em suas contas, descoberto há duas semanas, ainda tem muito mistério a ser desvendado.
Mas já existe um ganhador desse imbróglio da Americanas: é a rede de lojas Magazine Luiza, cujas ações, nos últimos 15 dias, subiram 60%. A Magalu tem sido beneficiada pela debacle da Americanas, pois boa parte dos seus clientes, principalmente dos que fazem compra pela internet, migrou para o Magazine Luiza.
Os economistas dos grandes bancos, que produzem relatórios semanais a respeito do comportamento do mercado, já vinham antecipando a previsão de que a Magalu seria a grande beneficiada pelo escândalo da Americanas, o que está realmente acontecendo.
O Livre Mercado e a rede de lojas Casas Bahia e Ponto Frio estão também sendo beneficiadas por esse escândalo, mas em percentual menor.
E ontem, um fato novo chamou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários: a surpreendente valorização das ações da Oi, uma operadora de telecom.
Os papeis da Oi tiveram alta de 90% nos últimos cinco pregões da Bolsa B3. Os analistas dizem que não há motivo para essa tão extraordinária alta, e agora é a CVM que quer saber como isso está sendo possível, tendo em vista que não há motivos para tanta valorização.
Será que teremos novas emoções no mercado financeiro?