Idealizado e lançado em setembro do ano passado, o Programa de Embriões, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária (Faec) em parceria com o Sebrae-Ceará, está vendo nascimento de suas primeiras bezerras, que chegam mostrando a que vieram: quando alcançarem a idade de lactação, produzirão, em média, 30 litros de leite por dia. Hoje, essa média não passa de 10 litros.
“Com o Programa Embriões, a pecuária cearense dará outro salto de qualidade”, como asseguram o presidente da Faec, Amílcar Silveira, e o diretor técnico do Sebrae, Alci Porto.
Para a implantação e desenvolvimento desse programa, a Faec e o Sebrae chamaram uma empresa – a Procriare, de Minas Gerais – especializada em Fecundação In Vitro (FIV) na pecuária bovina.
O programa está concentrado, nesta primeira fase, nos municípios do Sertão Central, onde a Procriare registrou quase 1.300 embriões, dos quais 526 no município de Milhã, onde – segundo revela o presidente da Faec – estão os melhores pequenos pecuaristas do Ceará, graças à transmissão do conhecimento feita pela Danone quando a empresa francesa tinha aqui uma indústria de lacticínios.
O Programa de Embriões da Faec/Sebrae foi planejado para melhorar em qualidade o rebanho bovino do Ceará. Ele utiliza sêmen de touros puro sangue importado dos Estados Unidos e óvulos de vacas de Minas Gerais cuja produção leiteira média é de 40 litros/dia por animal.
Aqui no Ceará, o sêmen e os óvulos são fecundados no laboratório da Procriare, com sucesso total (91% dos nascidos são fêmeas) e, em seguida, transferidos para a “barriga de aluguel” das vacas dos pequenos pecuaristas.
Como o melhor do Ceará é o cearense e como o que vai bem pode ser melhorado, o empresário e veterinário Michel Medeiros, sertanejo cearense, criou sua empresa, a Nordeste Embriões, com a qual a Faec e o Sebrae estão a celebrar parceria para o prosseguimento e a ampliação do programa.
Uma novilha nascida de uma FIV é comercializada, em Minas Gerais, ao preço que varia de R$ 15 mil a R$ 18 mil. É o que ela valerá também no Ceará, quando o programa estiver mais desenvolvido e os registros de nascimento de novilhas por meio do FIV tornar-se algo rotineiro, de acordo com o que estima o presidente da Faec.