Grupo Pague Menos acerta na mosca e profissionaliza a gestão

Empresa fundada por Deusmar Queirós escolheu no mercado seu novo CEO, Jonas Marques, que, coincidentemente, é um cearense com experiência executiva em gigantes mundiais da indústria farmacêutica, como Bayer e Roche.

Já foi dito e repetido aqui que o melhor do Ceará é o cearense. Para comprová-lo, aqui está mais um exemplo: o Grupo Pague Menos – segunda maior rede de farmácias do país, com 1.650 lojas em todos os 22 estados e mais o Distrito Federal – decidiu tornar profissional o comando da empresa. 

Em outras palavras: está substituindo o seu presidente executivo Mário Queirós, filho do fundador, o genial Deusmar Queirós, por um nome recrutado no mercado, após longo processo de seleção – o executivo Jonas Marques, também cearense, com 30 anos de experiência no setor farmacêutico, tendo sido alto executivo da gigante alemã Bayer e da igualmente multinacional Roche. 

Com sede em Fortaleza e com Centros de Distribuição estrategicamente localizados em cidades das várias regiões brasileiras, a Pague Menos adequa-se, assim, à exigência do mercado de capitais, onde suas ações, negociadas na Bolsa de Valores B3, mudam de mãos e sobem e descem, diariamente, conforme o interesse do investidor, que examina com lente de microscópio o que faz e o que deixa de fazer a companhia e, mais ainda, decifra a sua contabilidade.

Essa substituição, que surpreendeu até mesmo os que têm estreitas ligações de amizade com a família Queirós – os quais a esperavam para bem mais tarde – tem mesmo o objetivo de acelerar os planos de consolidação e expansão da Pague Menos, uma marca incluída entre as mais lembradas pelo consumidor brasileiro. Ela se processa em momento de crescimento da empresa, cujo faturamento foi multiplicado por dois ao longo dos oito anos de gestão do jovem e talentoso Mário Queirós – saiu de R$ 6 bilhões anuais para mais de R$ 11 bilhões.

A história da Pague Menos é a mesma do seu fundador. Deusmar Queirós – economista graduado pela Universidade Federal do Ceará, com vários cursos de especialização no exterior – abriu sua primeira Pague Menos em 1981, plantando nela a semente da exitosa experiência do varejo farmacêutico dos Estados Unidos, onde a farmácia também vende medicamentos. 

Sua ideia de transformar as farmácias brasileiras em estabelecimentos de saúde – como as norte-americanas “drugstores” – foi comprada pelas lideranças do setor, invadiu o Congresso Nacional, que a aprovou, e hoje é Lei. 

Agora, no Brasil, as farmácias vendem refrigerantes, sorvetes, fraldas infantis e geriátricas, esmalte de unhas, antibióticos, anti-inflamatórios, teste de Covid, antidepressivos e ainda oferecem a telemedicina – a consulta via internet com um profissional da saúde, como é o caso de algumas lojas da Pague Menos.

Na época do debate sobre as “drugstores” no Parlamento brasileiro, houve, sem sucesso, a ação do poderoso lobby dos supermercados, que se levantaram contra a ideia de Deusmar Queirós, temendo a natural concorrência que – como havia garantido o lobby farmacêutico – não causou qualquer problema aos dois lados, que convivem hoje muito bem, cada um com seu crescente faturamento.
O novo CEO da Pague Menos, Jonas Marques, tomará posse da presidência executiva da empresa no dia 4 de abril do próximo ano, mas antes, no dia 4 de janeiro, ele terá uma posição na diretoria, da qual acompanhará as rotinas da empresa, cujo quadro de pessoal passa dos 26 mil colaboradores. 

Quando Jonas Marques assumir a presidência executiva da empresa, Mário Queirós será deslocado para o seu Conselho de Administração, que é presidido por sua irmã Patriciana Queirós Rodrigues e de onde sairão – como já acontece desde a abertura do seu capital – a diretriz e a estratégia da companhia, que no ano passado adquiriu a rede Extrafarma, outra marca forte do varejo farmacêutico brasileiro. 

Em uma de suas recentes palestras, Patriciana Rodrigues disse que a meta da Pague Menos é crescer, oferecendo o que há de melhor na área de produtos de saúde para a sua multitudinária clientela. E parece que todos trabalham nesse sentido.