Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde: Ceará faz sua parte pelo planeta

Hoje, quarta-feira, 25, e amanhã o Centro de Eventos do Ceará será o centro das atenções do universo das energias renováveis e, principalmente, dos que pesquisam e investem para a descarbonização do mundo

Secas, inundações, altas temperaturas, degelo no Ártico e na Antártida – tudo isto acontecendo, a um só tempo, neste planeta ameaçado pelas consequências da antropização. Há que se fazer alguma coisa, pois do contrário esta casa da humanidade terá um fim trágico, mas democrático, ou seja, todos pereceremos. 

Foi isto o que disse, com outras palavras, o engenheiro Jurandir Picanço, especialista e consultor em energias da Federação das Indústrias do Ceará, ao falar ontem para empresários da agropecuária, que o convidaram para explicar o que pretende o Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde, um seminário técnico, científico e empresarial que hoje e amanhã, no Centro de Eventos do Ceará, debaterá, pelo segundo ano consecutivo, sobre o projeto do governo estadual de, em parceria com a iniciativa privada e a academia, fazer daqui um polo de produção do H2V.

Picanço lembrou que, em 2015, em Paris, representantes de 155 países celebraram um acordo para que o planeta, até 2050, deixe de ser agredido por tantas emissões de CO2. Como sói acontecer com promessa de políticos (são eles que governam o mundo), as emissões de efeito estufa, ao invés de se reduzirem, aumentaram. Ao invés de um planeta sadio, temos um planeta doente pela ação deletéria do homem. Então, repetiu Jurandir Picanço, alguma coisa tem de ser feita, e agora.

O Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde – idealizado há dois anos pelo presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, e pelo seu vice-presidente, Carlos Prado – surgiu para jogar luz no projeto de implantação de um Hub do Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, mas sua perfeita organização e sua bem elaborada programação técnico-científica ganharam o mundo, recebendo adesões de grandes empresas multinacionais da área de energia e o apoio da comunidade acadêmica nacional e internacional, cujos pesquisadores fizeram questão de aportar sua expertise ao evento e às milhares de pessoas – empresários, executivos de empresas e representantes dos governos – que o acompanharam em 2022 e o acompanharão neste ano, presencial ou remotamente. 

Não poderia ter sido outro o resultado de tanto interesse: o Fiec Summit teve de trocar os auditórios da Casa da Indústria pelos gigantescos espaços do Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, onde será realizado hoje e amanhã com a presença ampliada do mesmo público do ano passado – acadêmicos da Europa, dos EUA e da Ásia, empresários e executivos de grandes corporações brasileiras e estrangeiras, autoridades dos governos federal e estaduais e a mídia, que já criou editorias especializadas nos temas ligados às energias renováveis e à produção do Hidrogênio Verde.

E mais: o Fiec Summit 2023 terá uma novidade – uma exposição na qual empresas públicas e privadas exibirão produtos, serviços e projetos ligados à geração de energias renováveis e à produção do Hidrogênio Verde. 

O governo do Ceará, ao lançar seu projeto de instalação de um Hub do H2V no Complexo do Pecém, levou em consideração a potencialidade do estado, cujo porto marítimo do Pecém está equidistante da Europa e da Costa Leste dos Estados Unidos. 

E mais: o Ceará tem um dos mais altos índices de insolação do Brasil, razão pela qual grandes projetos de geração de energia solar fotovoltaica foram e estão sendo aqui implantados, principalmente na paisagem dos sertões e das chapadas do Apodi, da Ibiapaba e do Araripe. 

E ainda dispõe de bancos de ventos estáveis e constantes, de que são exemplos os grandes empreendimentos de geração de energia eólica espalhados pelas várias regiões do estado, máxime na área litorânea. 

Por enquanto, nem um terço da capacidade eólica e solar do Ceará foi aproveitado, sem se falar no potencial de geração offshore (dentro do mar), para o que já existem mais de 10 projetos cearenses sob análise do Ibama para fins de licenciamento ambiental. Falta, porém, a regulação dessa atividade, para a qual, infelizmente, os poderes federais Executivo e Legislativo ainda não deram a importância devida. 

A Fiec e seu Summit (cúpula) do Hidrogênio Verde poderão ser um divisor de águas, acelerando as decisões do governo e, por via de consequência, os investimentos privados nos projetos de geração de energias renováveis que abastecerão os empreendimentos de produção do Hidrogênio Verde. Tudo isso somado representa uma montanha de mais de R$ 100 bilhões de investimento somente no Ceará.