Nos últimos dias, nos corredores da Casa da Indústria, sede da Fiec na Avenida Barão de Studart, fala-se de política e ouve-se o comentário de que a coligação PDT-PT, que há bastante tempo comanda a gestão pública do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, poderá ser rompida na próxima semana.
No dia 20, uma quarta-feira, os pedetistas liderados pelos irmãos Ciro e Cid Ferreira Gomes, deverão reunir-se para, em votação interna, escolher quem prefere como seu candidato ao Palácio da Abolição nas eleições de outubro.
Ou a governadora Izolda Cela, cujo marido, o ex-prefeito de Sobral, Veveu Arruda, é estrela de primeira grandeza do PT; ou Roberto Cláudio, cirista e cidista de raiz, que é, digamos assim, uma nova liderança que surge na política cearense; ou Mauro Filho, economista, deputado federal e ex-secretário da Fazenda e do Planejamento; ou Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa.
Para industriais de todos os tamanhos, há, neste momento, uma clara certeza: qualquer que venha a ser o escolhido, ele terá de enfrentar uma batalha duríssima contra o adversário que há um ano percorre os sertões vendendo o seu peixe, com o discurso de que o grupo que governa o Ceará sofre de fadiga do material.
Ouvidos por esta coluna, industriais maduros, acostumados a acompanhar esses periódicos embates eleitorais, e, também, os mais jovens convergem para a constatação de que o Ceará, principalmente na economia, chegou aonde está hoje porque seus governantes, desde 1987, têm sido obedientes a um roteiro simples, mas infalível: só se gasta o que se arrecada. Por esta razão, não há déficit orçamentário, e a dívida pública segue sob controle e rédeas apertadas.
A recente MP que limitou em 17% o ICMS incidente sobre as vendas de combustíveis, energia, comunicações, transporte público e gás de cozinha reduziu a receita eo Estado, mas não a ponto de ferir a rígida gestão do seu Tesouro.
A perda de arrecadação tributária, com a consequente redução do repasse do percentual que cabe aos municípios, está sendo digerida sem maiores problemas pela Sefaz, que passou longo tempo (e põe longo tempo nisso) na zona do conforto, onde, todavia, se mantém graças, exatamente, ao jeito espartano de lidar com o dinheiro público.
Um industrial da mineração comenta que ou Izolda Cela, ou Roberto Cláudio ou Capitão Wagner repetirá, com pequenas variações, o que vem sendo feito com êxito, há 35 anos, no governo do Ceará.
“Nenhum dos três terá a ousadia de mudar o que está consolidado”, diz o empresário.
Outro industrial de peso, que atua na indústria de móveis, é mais direto e contundente:
“Tenho lido sobre a sofisticação das demandas do cearense em relação ao governo estadual. Essas demandas, agora, dizem respeito à inovação tecnológica, à produção do Hidrogênio Verde, à geração de energia renováveis, ao Hub de Informática, às boas práticas agrícolas, ao desenvolvimento sustentável que respeita e preserva a natureza, à educação e à saúde do mais alto nível, à infraestrutura do transporte, às possibilidades infinitas do Complexo do Pecém e da ZPE do Ceará. Assim, tenho certeza de que o próximo governador do Ceará, seja quem for, sequenciará o que vem sendo feito. Se, por acaso, tentar mudar o rumo da gestão, dará com os burros n’água e poderá até perder o mandato no meio do caminho”.
Então, aguardemos a próxima quarta-feira, 20, quando o ungido do PDT será revelado.
JOVENS EMPRESÁRIOS CEARENSES EM SANTA CATARINA
Uma missão da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza (AJE Fortaleza) visitará, de 8 a 13 de agosto, empresas da indústria e do comércio de Santa Catarina.
Objetivo da viagem: ampliar parcerias, gerar negócios, expandir networking e conhecimento para empresários e empreendedores cearenses, como explica o coordenador-geral da AJE Fortaleza, George Martins.
Da programação a ser cumprida pela missão, consta, além de um jantar com empresários do Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina (CEJESC), visita a empresas, entre as quis a Havan, Cervejaria Liffey, Engie Brasil, Facisc e Unisul.
Os anfitriões catarinenses são os empresários Ricardo Dreher, fundador da Loop Brazil, e Italo Paiva, do setor de comunicação, vendas e marketing.