Complexo do Pecém versus Complexo de Suape

O complexo pernambucano celebrou contrato com o Observatório da Indústria do Senai-PE, e parceria com a Unctad. O complexo cearense dispõe do Observatório da Indústria, da Fiec

Mexe-se o Complexo Industrial e Portuário de Suape, empresa estatal pernambucana que administra não só o Porto de Suape, mas também o espaço geográfico onde está localizado o seu conjunto de indústrias, incluindo a cara e inacabada Refinaria Abreu e Lima. 

O que o diferencia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, é que este é uma empresa de economia mista, de cujo capital participa com 30% a Autoridade do Porto de Roterdã. 

Pois bem, para encontrar soluções inteligentes e parceiros estratégicos que fortaleçam suas ações, o Complexo de Suape anunciou nesta semana a contratação do Observatório da Indústria, serviço ofertado pelo Senai-Pernambuco em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). 

A Unctad utiliza metodologias inovadoras como data science e analytcs para embasar tomadas de decisões importantes por parte dos parceiros, diz comunicado distribuído à imprensa pelo governo pernambucano. 

Na mesma linha e há mais tempo, o Complexo do Pecém, dispõe do Observatório da Indústria, criado e operado pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) – uma plataforma digital com bilhões de informações que orientam os investidores nacionais e internacionais na sua tomada de decisões.

(A Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará – Faec – criou e opera também o seu Observatório do Agro).

No evento que marcou o anúncio, especialistas do Observatório da Indústria do Senai-Pernambuco detalharam os serviços oferecidos pela plataforma e que serão utilizados pelo Complexo de Suape, entre os quais se incluem pesquisas quantitativas e qualitativas com foco local, regional, nacional e internacional, “ferramentas fundamentais para aprimorar a prospecção de novos negócios, apresentando os diferenciais de Pernambuco em logística, infraestrutura e tecnologia”.

O presidente do Complexo de Suape, Márcio Guiot, não escondeu os objetivos da parceria. Ele disse:

“O mercado é dinâmico e nós, como um porto-indústria de relevância para o mercado regional e nacional, temos de estar em conformidade com tudo o que há de mais inovador em nossas áreas de atuação. Essa parceria vai viabilizar o crescimento do porto e do complexo, auxiliará na busca por players de interesse para se estabelecer no território estratégico e compartilhar conhecimentos sólidos do mercado global.” 

E o diretor de Desenvolvimento e Gestão Industrial de Suape, Arthur Neves, detalhou: 

“O Observatório da Indústria (do Senai-Pernambuco) faz uso de tecnologias com forte viés em aprendizagem da máquina, Inteligência Artificial, big data e internet das coisas. A novidade trará ganhos significativos para a área de negócios da estatal, atraindo público de interesse para futuras parcerias, e para a melhoria da infraestrutura portuária. A aplicação de ferramentas, metodologias e abordagens avançadas são fundamentais para aprimorar a eficiência operacional e promover o desenvolvimento econômico sustentável do Porto de Suape”. 

Detalhe: algumas grandes empresas cearenses, uma das quais do setor de operações portuárias, já se instalaram na área do Porto de Suape. Do ponto de vista técnico, Suape e Pecém são os dois mais importantes terminais marítimos da região nordestina.

Há diferenças entre os portos de Pecém e Suape. Por exemplo: ao contrário de Suape, a administração de Pecém dá importância às grandes feiras mundiais, participando delas. 

O Complexo do Pecém terá, como teve nos últimos seis anos, estande próprio na Fruit Logistica, a maior feira mundial da gigantesca cadeia produtiva da hortifruticultura, que se realiza anualmente na primeira semana de fevereiro. Essa feira inclui desde a produção e a comercialização de tomates às portentosas companhias de navegação marítima, sem falar nas universidades especializadas em produzir novas tecnologias para o setor.