Mais que um ótimo resultado: Ceará mostra força do elenco em atuação histórica contra Bolívar

Com time alternativo, Vovô teve postura extremamente positiva em La Paz em atuação que é prova de força do elenco alvinegro

O empate em 0 a 0 contra o Bolívar, em La Paz, onde poucos times do continente somam pontos, já é, por si só, um resultado excelente. É indiscutível que o ponto conquistado pelo Alvinegro é de enorme valor. Manteve a invencibilidade do Vovô na Copa Sul-Americana e também a liderança do Grupo C. Mas este é um jogo que possui muitos detalhes que vão bem além do resultado. Foi uma atuação histórica.

A noite desta quarta-feira, 5 de maio de 2021, entrou para a lista de grandes jogos do Ceará em seus quase 107 anos de fundação.

A forma que o Ceará se comportou jogando a 3.600 metros de altitude contra o time que estava 100% como mandante na temporada, fazendo de presa os outros sete adversários que enfrentou no Hernando Siles na temporada, é que merece grande destaque. Foi o primeiro time brasileiro da história a não sofrer gols jogando lá.

O Vovô fez grande jogo, com entrega coletiva, disciplina tática, aplicação ao plano de jogo e devida execução de tudo que foi planejado. O planejamento aqui vai além do campo: envolve tudo que o clube fez para esta partida, em termos de logística, cuidados médicos, também de mudança de cardápio e condicionamento físico, preparação e investimento até em cilindros de oxigênio.

Força do elenco

A atuação é, acima de tudo, uma prova de grande força do elenco montado pelo Ceará para a temporada 2021. Sem os titulares, Guto Ferreira mandou a campo uma equipe alternativa e com jogadores que deram demonstração extremamente positiva, mostrando que o Alvinegro tem mais que um time, tem um elenco.

Em um ótimo jogo coletivo, que todo o time foi bem, Marlon e João Ricardo tiveram ainda mais destaque e foram os melhores em campo. Dois gigantes.

Klaus e Jordan tiraram todas pelo alto; Buiu e Kelvyn fizeram jogo seguro pelas laterais, demonstrando maturidade; Charles (o único entre os titulares que jogou) garantiu a qualidade que todos já sabem que ele tem; Jorginho, quem eu particularmente tinha muita curiosidade de ver mais minutos em campo, correspondeu de forma positiva auxiliando nas transições defensivas e ofensivas; Jael, apesar do pênalti perdido, brigou muito (e praticamente sozinho) no ataque.

Atuação segura

Com proposta bem clara, o Alvinegro manteve uma postura muito positiva desde o início, jogando com intensidade, marcando com organização, fechando linhas de passe e até subindo bloco de marcação em alguns momentos e dificultando a criação de jogadas do Bolívar, que tentava na base dos cruzamentos.

Foi o Ceará que teve a melhor chance de marcar no primeiro tempo, com Jorginho, que perdeu gol cara a cara. A melhor oportunidade boliviana foi em cabeçada de Sadiku que bateu na trave, aos 36 minutos.

Por pouco...

No segundo tempo, as melhores oportunidades também foram do Ceará. A vitória ficou muito, mas muito perto. Se o pênalti perdido por Jael ou a bola na trave de Cléber entram, seria uma vitória histórica, que coroaria o ótimo desempenho apresentado pela equipe.

A bola não entrou mesmo por capricho. Ou porque não era noite. Quem sabe, os alvinegros podem esperar que algo mais positivo possa vir no futuro. Pelos passos sólidos que o clube tem dado, é bem provável que ftutos positivos sejam colhidos bem em breve. 

Cenário na Sula

O cenário para o Alvinegro se desenha ainda mais positivo por pontuar em um jogo que era visto como o mais difícil da chave. Agora, serão duas partidas seguidas em casa, contra o próprio Bolívar e Arsenal de Sarandí, em que o Vovô depende somente de si para manter a liderança e encaminhar classificação.

Na última rodada, vai encarar o Jorge Wilstermann, também na altitude boliviana, mas com um adversário potencialmente já sem chances de classificação e sem aspirações na competição.