A Arena Castelão é um estádio de Copa do Mundo. Foi modernizada, teve grama trocada e participou ativamente do crescimento do futebol cearense nos últimos anos. Hoje, no entanto, tem um gramado “vergonhoso” para o patamar de Ceará e Fortaleza.
Os dois times, únicos representantes nordestinos na Série A, são punidos pelo sucesso. Com mais de 80 mil sócios, somados, possuem calendário cheio porque são protagonistas, disputam competições internacionais, chegaram nas últimas quatro finais da Copa do Nordeste e, sim, mantêm sequência de participações na elite.
Assim, a estrutura não acompanhou a ascensão. O nosso nível cresceu, mas o palco está sofrível.
O árbitro Raphael Claus, da Fifa, achou “pedras e pequenos pedaços de vidro” no campo durante Ceará x Botafogo, no domingo (17). Era o Brasileirão, mas já foi na Copa do Nordeste, na Copa Sul-Americana, na Copa do Brasil ou na Libertadores. Por isso, todas as cobranças são muito justas.
Para quem está no espetáculo, o prejuízo é, acima de tudo, técnico. Vovô e Leão evoluíram com posturas agressivas, mostrando força em casa, e até isso se torna mais difícil em um campo ruim.
Hoje, o principal palco esportivo do futebol cearense está sofrendo. Seja pelo excesso de jogos, o baixo intervalo de descanso, a falta de manutenção e a temporada chuvosa. Aos torcedores que acompanham das arquibancadas, as queixas também aumentaram. É fato: todos perdem com um Castelão assim.
E agora?
O Castelão é o estádio com mais jogos do futebol brasileiro em 2022 - marca também atingida em anos anteriores. E a culpa pela péssima situação do gramado tem dono? Como culpar o Governo, se não há descanso para a recuperação? E os clubes? São punidos pela competitividade?
Por isso, as “mãos atadas” no processo. As soluções paliativas, jogo a jogo, parecem o caminho viável no momento. Hoje, com o avanço do calendário e o alto nível dos desafios, com a necessidade do apoio do torcedor, Ceará e Fortaleza precisam se manter na Arena Castelão.
A responsabilidade pela manutenção e pelos reparos do equipamento são da Secretaria de Esporte e Juventude do Governo do Ceará (Sejuv) e da Superintendência de Obras Públicas (SOP). É atenção ao equipamento para o futebol cearense apresentar um palco melhor.