O Ceará demitiu Guto Ferreira e caminha para o 4º treinador na temporada. Em 2022 foram cinco técnicos, terminando com o interino Juca Antonello efetivado no cargo e o rebaixamento à Série B. A questão é: o problema é realmente o comando técnico da instituição? Qual o projeto esportivo?
Os últimos anos se intensificaram pela falta de sucesso em campo, independente do perfil do profissional. Hoje, não há uma perspectiva sobre qual o DNA tático, o que se espera da equipe.
Na Série B, passaram três técnicos, cada um com um tipo de trabalho (Morínigo, Eduardo Barroca e Guto). Do defensivo ao proativo, o caminho não foi encontrado, e o time ficou estagnado na 11ª posição, com 35 pontos, e apenas 6% de chance de acesso. O Ceará virou uma máquina de demitir treinador.
Técnicos do Ceará entre 2022 e 2023
- Guto Ferreira (chegada: 29 de junho | saída: 29 de agosto de 2023)
- Eduardo Barroca (chegada: 24 de abril | saída: 22 de junho de 2023)
- Gustavo Morínigo (chegada: 22 de novembro de 2022 | saída: 24 de abril de 2023)
- Juca Antonello (chegada: 29 de outubro de 2022 | saída: 26 de novembro de 2022)
- Lucho González (chegada: 24 de agosto de 2022 | saída: 28 de outubro de 2022)
- Marquinhos Santos (chegada: 12 de junho de 2022 | saída: 14 de agosto de 2022)
- Dorival Júnior (chegada: 28 de março de 2022 | saída: 9 de junho de 2022)
- Tiago Nunes (chegada: 30 de agosto de 2021 | saída: 25 de março de 2022)
Assim, o problema é estrutural. Faz parte da hierarquia institucional. Como ser atrativo para um grande trabalho quando o tempo médio do cargo é de apenas três meses? Qual o alicerce desse projeto? Onde o Vovô quer ir?
As perguntas convergem para a gestão alvinegra. Não pela falta de planejamento, mas pela condução dos momentos-chave do ano. Um novo comandante será efetivado, mas a instituição deve consolidar um norte o quanto antes para retomar o caminho.
O Ceará precisa definir um novo rumo para 2024. O processo e a mentalidade devem mudar, não apenas o profissional.