O Ceará encerrou o ciclo de Guto Ferreira. Com sobras, um dos melhores trabalhos do clube nos últimos anos. No fim, é preciso reconhecer a trajetória como positiva, há marca histórica, mas pareceu chegar ao limite: se tivesse de mudar, deveria ser agora, com um intervalo possível para a escolha.
Guto Ferreira no Ceará
- 94 jogos
- 41 vitórias
- 30 empates
- 23 derrotas
- Campeão da Copa do Nordeste (2020)
- Classificação para Sul-Americana (2020)
- 8ª posição na Série A com 44,4% de aproveitamento (2021)
O “ser competitivo” já não era suficiente ao torcedor. O resultado positivo não traduz a essência do rendimento, da falta de gana com a vitória e dos gols nos minutos finais. O todo parece bom, a 8ª posição na Série A também, mas o estagnado desempenho se somou aos planos perdidos do primeiro semestre: a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana.
Por isso, a despedida. Que deve sim ser sentida, apesar da pressão pela tomada de decisão. Guto fez do Ceará um time difícil de ser batido, se entregou ao trabalho e, por conta da pandemia de Covid-19, deixou a equipe cearense sem a chance de uma vez sequer sentir a força do torcedor no estádio: um pecado.
Agora é preciso agir com a razão. Se o que foi entregue não satisfazia, como achar algum substituto melhor? As respostas devem partir da diretoria, e o acerto nasce apenas no próximo passo, em cenário com escassez de nomes nacionais e um leque sul-americano ainda desconhecido.
É certo: o Ceará tem 13 dias até o próximo jogo. Há tempo para analisar um novo perfil, refletir sobre os objetivos na Série A e o elenco disponível. O acerto no novo técnico requer critério e confiança. Pelo regulamento, o time pode ter apenas mais um treinador até o fim do Brasileirão.
Em tempo: o aproveitamento de Guto não era negativo, a campanha também, mas o rendimento nos jogos precisa ser apontado sim como um ponto fundamental. Em abril, o Fortaleza demitiu Enderson Moreira com apenas uma derrota em 2021.