Nubank reduz dependência do cartão de crédito e vê crescer a concorrência
Fintech aposta em serviço de seguros para ampliar serviços ofertados
Embora o Nubank comece a colher frutos do investimento em uma prateleira de serviços mais ampla - como seguros -, o "neobanco" listou nesta semana, em formulário de referência enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma série de riscos ao negócio que vão merecer atenção.
Mudanças regulatórias e aumento da concorrência no setor de cartões estão entre os fatores citados.
No ano passado, as tarifas de intercâmbio e os juros relacionados aos cartões de crédito responderam por pouco menos da metade da receita da fintech, ante fatia de 63% em 2020.
Nascido do cartão de crédito sem anuidade, o Nubank obtém receitas com o produto através desse intercâmbio pago pelas adquirentes (empresas que fazem a liquidação das operações) e do crédito rotativo.
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"Nossa receita será significativamente prejudicada se perdermos todo ou parte substancial de nosso negócio de cartão de crédito, seja devido à perda de clientes, alterações regulatórias ou legislativas", comentou a fintech no formulário, citando a possibilidade de as taxas cobradas passarem a ser limitadas por reguladores.
Cenário de inflação
Analistas esperam que o cartão de crédito seja fonte de dores de cabeça neste ano, em um cenário de inflação e endividamento altos.
"Notavelmente, créditos ao consumidor sem garantias e cartões de crédito devem enfrentar alguma pressão, à medida que o ano começa com alta inflação e endividamento das famílias", afirmou o JPMorgan, em relatório.
A fintech também admite que a concorrência deve aumentar, "à medida que as tecnologias emergentes continuam a entrar no mercado e as grandes instituições financeiras buscam cada vez mais inovar os serviços (...) que oferecem."