Turistas e moradores de estados do Nordeste podem ganhar uma nova opção de transporte. Está em discussão a construção de uma 'transnordestina turística', ligando diversos estados da região.
A informação foi divulgada pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), em entrevista ao Diário do Nordeste.
O trem de passageiros partiria de Teresina, no Piauí, passaria pelo Delta do Parnaíba, situado entre os estados do Maranhão e Piauí, e seguiria pelo litoral do Nordeste até Salvador. Elmano afirma que o modal poderia estimular o turismo da região.
“Todo mundo ganha, e você passaria a trabalhar o turismo não só no Ceará e na Bahia, mas sim o turismo no Nordeste brasileiro. Então seria um baita ganho para todos, em vez de os estados estarem competindo um com o outro”, afirma.
O governador pontuou que a construção da ferrovia turística depende da viabilidade econômica do projeto.
“Um trem só para passageiro precisa de estudo econômico para saber se tem demanda, por exemplo, para um trem mais rápido. Porque é um investimento elevado, nenhuma empresa vai fazer isso sem demanda”, comenta o gestor.
O Diário do Nordeste questionou o Ministério de Transporte sobre a possibilidade de construção da ferrovia entre os estados do Nordeste, mas não obteve retorno.
USO DA TRANSNORDESTINA PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Outra hipótese avaliada para o transporte de passageiros entre estados do Nordeste no modal ferroviário é a utilização da própria ferrovia Transnordestina.
A linha férrea, idealizada para o transporte de cargas, irá ligar a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto do Pecém, no Ceará. Elmano de Freitas não descarta que a ferrovia possa ser usada também para o transporte de pessoas.
“Está em discussão depois de uma conversa que tivemos lá em Iguatu. A Janja [primeira-dama] estava com o presidente Lula, contou isso a Lula e ele também interessado falou com o Tufi [presidente da Transnordestina]”, afirmou.
O governador explica que uma das alternativas é instalar vagões de passageiros antes dos comboios de cargas. Entre as dificuldades que o transporte de cargas impõe à possibilidade, estão a velocidade máxima de 80 km/h e a necessidade de paradas.
“Eu acho que é possível. Tem que ver a compatibilização. O fato de ser um trem de carga tem uma grande vantagem. Se eu não me engano, são três quilômetros de vagão. Então ter um vagão ou dois de passageiros para isso, o valor disso no custo total é absolutamente diluído”, opina.
Segundo a Transnordestina Logística (TLSA), concessionária responsável pela ferrovia de cargas, as obras já estão 62% finalizadas. O orçamento atual do projeto é de R$ 15 bilhões.
A previsão do Governo Federal é que a ferrovia Transnordestina seja concluída em 2027. As obras não receberam, entretanto, nenhum recurso governamental neste ano.
A reportagem procurou a TLSA para saber se existem condições da Transnordestina transportar cargas e passageiros. A empresa não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço encontra-se aberto para esclarecimentos.