Quando o assunto é economizar combustível – ainda mais com o preço do litro nas alturas – toda e qualquer oportunidade é bem-vinda para o consumidor. Contudo, ainda há muitas dúvidas acerca do tema. Há quem diga que o melhor é conduzir o veículo com o tanque cheio e quem acredite que o melhor é deixar meio vazio.
Afinal, qual é a melhor forma de conduzir o veículo? O engenheiro mecânico e mestrando em Racing Car Design, Anderson Luiz Dias, explica que os sistemas dos veículos atuais já estão mais modernos, fazendo com que a quantidade de combustível não influencie tanto assim na economia.
Porém, o ideal é evitar rodar na reserva ou cheio até a tampa, pois pode causar danos ao carro. “Para consumo de combustível, a quantidade que você coloca no tanque vai influenciar muito pouco, talvez a escolha entre etanol e gasolina deve impactar mais”, pontua Dias.
Nesse caso, o que influencia é o preço da bomba. Quando o etanol atinge até 70% do preço da gasolina, vale a pena. Quando está acima disso, já não vale mais.
No levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da última semana, o valor médio da gasolina no Ceará chegou a R$ 6,82, enquanto o do etanol a R$ 5,66. Ou seja, o valor corresponde a quase 83%, logo, o derivado do petróleo compensa mais atualmente.
Melhores tecnologias
De acordo com o engenheiro, a tecnologia da indústria automobilística já evoluiu a ponto de minimizar problemas que antigamente os condutores tinham com os tanques de combustíveis, como, por exemplo, a sujeira acumulada.
Há quem diga que o tanque cheio é bom, porque você não perde os vapores de combustível, mas desde os anos 1990 já tem sistemas que aproveitam os vapores completamente e são queimados de qualquer forma, não há perda”.
Dias pontua ainda que encher o tanque até a borda – prática quase impossível hoje em dia – pode impregnar o filtro e entupir. Consequentemente, causa uma série de problemas porque o vapor não consegue sair.
Alguns acreditam ainda que o tanque cheio pode influenciar no peso do carro, o que aumentaria o consumo. No entanto, o especialista desmente, já que o volume não teria massa suficiente para impactar.
“Se a gente pegar o carro mais vendido no Brasil, por exemplo, o Onix comporta 54 litros que é menos de 45 quilogramas de combustível, menos que um passageiro. Não é massa suficiente pra fazer notar que o consumo aumentou, óbvio que em termos físicos vai aumentar, mas não dá pra sentir no bolso”, detalha.
Práticas do motorista
Dessa forma, o engenheiro explana que o que faz realmente a economia de combustível é a manutenção do carro e as práticas do motorista na condução. “É importante manter todas as peças novas e consertar o veículo quando apresentar algum problema”.
Segundo ele, as orientações compreendem o respeito aos limites de velocidade, evitar ficar acelerando e reduzindo a velocidade, pois cada vez que acelera, reduz ou freia interrompe o ciclo do carro.
“Tente andar em velocidades constantes sempre que puder, manter o acelerador numa posição constante, porque isso ajuda o motor a trabalhar num regime constante e aí passa a gastar energia só pra manter o carro andando naquela velocidade. Muita gente acaba elevando o consumo por não dirigir direito”, acrescenta.