Com cargas de insumos para as indústrias cearenses paradas em bloqueios nas estradas do País, algumas plantas industriais de metalmecânica no Ceará que possuíam estoques menores já devem começar a paralisar a produção hoje (29) por falta de matéria-prima. Ainda sem estimativas do valor das perdas, empresários do setor no Estado avaliam que os prejuízos à produção já são irreparáveis.
Custos para o consumidor
Ele destaca que a despesa extra para a implantação de um terceiro turno de trabalho nas fábricas do setor não poderiam ser repassados aos clientes, uma vez que os pedidos já foram fechados com valores pré-determinados, e, portanto, o prejuízo teria de ser absorvido integralmente pelas indústrias.
Segundo o presidente, a repercussão de todas essas perdas pode afetar os resultados do ano de 2018 das empresas.
Normalização
Para que a situação das indústrias se normalize, Sampaio Filho estima 48 horas a 72 horas a partir do fim do bloqueio das rodovias do Estado, que é o tempo médio do frete.
"É o tempo que leva para os caminhões chegarem e o reestabelecimento é imediato, a partir da reposição dos estoques", explica o presidente. O segmento participa com 5,1% no Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado.
Produtos em falta
Grande parte dos insumos do setor, como placas de aço, chapas, perfis metálicos, perfis de alumínio, soldas e acessórios como parafusos, entre diversos outros materiais, fazem parte da rotina da produção metalmecânica no Ceará e são provenientes de diversos estados do País, de acordo com Sampaio Filho. Com mais de uma semana de paralisação dos caminhoneiros e bloqueio das rodovias, as peças não estão chegando ao Estado.
Revendas internas
Segundo o presidente, até mesmo as revendas internas desses insumos no Ceará estão com produtos em falta. "Quando as encomendas começaram a não chegar, os empresários procuraram nos revendedores locais e, em pouco tempo, também já estavam em falta, porque os estoques não estão sendo repostos com os materiais que vêm de fora", explica Sampaio Filho, reforçando que, sem insumos, as indústrias não tem como continuar a produzir.
Ritmo menor
Inclusive, o ritmo da produção do setor no Estado já caiu muito em função do estrangulamento do tráfego rodoviário, de acordo com o presidente, uma vez que as empresas não conseguem receber os insumos nem escoar os produtos finalizados.
"Nós pedimos um levantamento a todos os nossos associados, até esta quarta-feira (30), para que possamos mensurar a realidade desse impacto no setor", aponta. (YP)