Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que os deputados não vão mais debater mudanças na chamada "regra de ouro" - medida que limita a capacidade da União de inchar despesas públicas emitindo dívidas em volume superior a investimentos.
A fala de Maia foi uma resposta imediata à declaração do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que disse na noite de sexta (3) ser contra "a suspensão pura e simples" da regra de ouro. "A declaração do ministro encerra o assunto. Não haverá debate da regra de ouro na Câmara", disse o presidente da Casa.
"Não há necessidade pois Meirelles é contra", completou, dizendo que a Casa precisa focar na aprovação da reforma da Previdência. "Se o governo quiser, apresente a PEC. A Câmara não vai discutir esse ano", afirmou.
Estrutura de gastos
Maia disse a aliados que queria propor uma discussão sobre a estrutura de gastos do governo, o que levaria mais tempo, e poderia ser implementada a partir de 2019. Ainda segundo auxiliares de Maia, foi a equipe econômica quem pediu que o debate fosse restrito à regra de ouro. O discurso de Meirelles colide com uma PEC (proposta de emenda à constituição) para suspender temporariamente essas rédeas nos gastos públicos. A medida foi discutida por Meirelles e Maia na quinta-feira (4), mas integrantes do governo avaliaram que sua repercussão foi negativa.