Redução do Custo Brasil deve diminuir informalidade e ampliar competitividade, diz secretário

Secretário Jorge Luiz de Lima participou de apresentação do projeto de levantamento de dados do Observatório da Indústria da Fiec para tomada de decisões em relação ao Custo Brasil

Um dos cenários que se vislumbra com a redução do Custo Brasil, que começa a ser trabalhada pelo Ministério da Economia em parceria com o setor produtivo a partir de um estudo do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), é o de redução da informalidade para alavancar o desenvolvimento socioeconômico do País.

O ponto foi destacado pelo secretário do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Jorge Luiz de Lima, que esteve em Fortaleza para a apresentação do estudo na manhã desta quarta-feira (28).

"Hoje nós sabemos que há 38 milhões de informais via auxílio emergencial no País. Um susto para mim, inclusive. Eu tinha esse número na casa de 18, 20 milhões. Não imaginava serem 38 milhões. Essas pessoas na informalidade não tem acesso a nada, que é uma das maiores injustiças sociais que a gente pode fazer", avalia Jorge Luiz de Lima. "A maior parte da informalidade está aqui (no Nordeste)", frisou. 

O secretário destacou a importância das reformas estruturais para a redução do Custo Brasil e consequentemente para a redução das desigualdades socioeconômicas, bem como para a ampliação da competitividade da indústria brasileira.

"Uma Reforma Tributária atinge todo mundo. Marco do Empreendedorismo, que ajuda o pequeno e médio empreendedor, também atinge o Brasil inteiro. Marco das Startups, atinge também", detalhou o secretário. Na avaliação dele, é preciso olhar o Brasil não com 27 estados, mas "com 27 países".
Jorge Luiz de Lima
Secretário de Desenvolvimento do Min. da Economia

Projetos

O secretário reforçou que há 22 projetos em análise pelas equipes do Governo Federal, entre iniciativas de curto a longo prazo, que contribuirão para a redução do Custo Brasil e alavancagem do investimento ao longo dos meses e anos. Ele defendeu ainda "uma economia apolítica".

"Tem projetos que acontecem e você tem a reação amanhã. Tem um brilhante trabalho feito pelo Bruno Bianco, secretário do Trabalho, de revisão de NR (Normas Regulamentadoras). Quando você mexe em algo que tem impacto no dia seguinte, o impacto vai ser no dia seguinte. Em compensação, há projetos de longo prazo, como a Lei do Saneamento”, destaca Jorge Luiz de Lima.

Desses 22 projetos, que incluem, por exemplo, o Programa BR do Mar, Jorge Luiz de Lima pontua que quatro já foram votados e outros quatro estão "prontos para saída". "Eu tenho a sensação de que, dos 22, a gente consegue chegar a 18 até dezembro". A redução estimada do Custo Brasil é de R$ 800 bilhões até o fim deste ano.

Efeitos

Durante o evento, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, comemorou a volta de iniciativas para a manutenção dos empregos e da economia diante da pandemia e reforçou que o País não pode perder um posto de trabalho a mais.

Ele ressaltou que, por ano, se gasta R$ 1,5 trilhão com o Custo Brasil, recurso que poderia ser economizado e alocado de outras formas.

"Dentro da indústria do Ceará, nós temos o custo no micro, no pequeno, no médio e no grande. Ele está embutido em todos os setores".
Ricardo Cavalcante
Presidente da Fiec

Centro de Inteligência

O presidente do Observatório da Indústria, Sampaio Filho, destacou a criação do Centro de Inteligência do Custo Brasil. "Estamos lançando o Centro de Inteligência e partir daqui, do Observatório da Indústria, e nós vamos trabalhar toda a inteligência do Custo Brasil. Estamos automatizando todas as informações, que teremos em tempo real e que darão uma dinâmica maior à tomada de decisões do Governo".

Foram mapeadas informações de 5.570 municípios brasileiros no trabalho de parceria entre o Observatório da Indústria da Fiec e o Ministério da Economia.