M.Officer, de Carlos Miele, entra em recuperação judicial com dívidas de R$ 53,6 milhões

Ao entrar com o pedido, a empresa alegou que o setor de moda brasileiro tem enfrentado sucessivas crises ao longo dos últimos anos

A marca de moda M.Officer, do designer Carlos Miele, teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça de São Paulo no último dia 6 de setembro. Alegando uma dívida de mais de R$ 53 milhões, a empresa de jeanswear, fundada em 1986, pediu proteção contra os credores. Já o valor do passivo tributário da M.Officer ultrapassa o valor de R$ 94 milhões. As informações são do Valor Econômico.

De acordo com a publicação, ao solicitar a recuperação judicial, a defesa do grupo alegou que o setor de moda brasileiro tem enfrentado sucessivas crises ao longo dos últimos anos, motivadas por fatores econômicos e concorrenciais, "primordialmente decorrentes da entrada dos gigantes players asiáticos no cenário nacional, que têm conseguido vender seus produtos primordialmente por meio do e-commerce, sem contratar funcionários brasileiros, tampouco estar sujeitos ao recolhimento de todos os tributos recolhidos pelos empresários e sociedades empresárias instalados no Brasil", diz trecho do documento.

Dentre os fatores pontuados pelos advogados, estão os efeitos da pandemia da Covid-19, a recessão econômica, que reduziu o poder de compra das famílias, além de restrições na obtenção de capital de giro junto a instituições financeiras.

Conforme o documento, a M.Officer opera por meio de-commerce e em 12 lojas físicas próprias em três estados e no Distrito Federal. O grupo informou que gera aproximadamente 130 empregos diretos e outras centenas de empregos indiretos, além de comercializar aproximadamente 200 mil peças de vestuário por ano 100% produzidas pela indústria nacional.

A M.Officer foi criada por Carlos Miele há mais de 30 anos, durante um projeto de graduação na Fundação Getúlio Vargas (FGV). A empresa é uma das maiores referências no segmento de jeanswear feminino no Brasil.