Gráficas têm incremento de até 30% no período

De acordo com o Sindgráfica, o período costuma aquecer a produção nos meses de agosto e setembro

Tradicionalmente, as gráficas recebem mais encomendas no período eleitoral, mas com a proibição de doações empresariais para as campanhas deste ano, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o volume ficou aquém do desejado. Ainda assim, a expectativa de faturamento nos meses de agosto e setembro no segmento é positiva, projeta Felipe Esteves, presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará (Sindgráfica).

"Esse período eleitoral já deu um incremento de pelo menos 20% no nosso setor, somente em agosto. Como ainda tem gente em processo de definição (de demanda), esperamos o mesmo incremento para o mês de setembro", detalha Esteves. Alguns empreendimentos chegam a ter um crescimento de 30% na produção em decorrência do período eleitoral.

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É o caso da Expressão Gráfica, que nas primeiras duas semanas após o início oficial da campanha eleitoral vê a produção aquecer considerávelmente. "A nossa produção chega a subir cerca de 30% nos primeiros 15 dias. Depois, o movimento dá uma acalmada e a gente fica recebendo uma demanda apenas para manutenção do estoque de material dos candidatos", explica Eulálio Costa, presidente da gráfica.

"Pela nossa experiência, é possível dizer que a demanda no período eleitoral reduziu muito. Como o intervalo de tempo entre o início da campanha e as eleições é muito curto, não dá tempo de fazer material demais. Antes, a gente chegava a ter um incremento de 60%, 80% na produção. Tinha gente que chegava a montar uma outra gráfica só para as eleições", relembra.

Bottons, santinhos (pesca na urna) e adesivos perfurados para carros estão entre os itens mais solicitados às gráficas, enumera Esteves, lembrando que, hoje, o Sindgráfica soma 48 empresas associadas e plenamente ativas. A gráfica Pouchain Ramos, localizada no Centro da Cidade e associada ao Sindgráfica, começou a entregar materiais de campanha no último dia 16, primeiro dia liberado para a propaganda. Para suprir a demanda elevada, precisou pagar horas extras aos funcionários e ainda contratar, temporariamente, mais de 20% da sua mão de obra normal - cerca de 12 pessoas.

Para Roger Pouchain, sócio da gráfica, apesar de o financiamento das campanhas ter se retraído, sem o auxílio de doações das empresas, o fundo partidário tem "amenizado" a situação.

Menos tempo

"Antes a campanha tinha 90 dias, agora são só 45, havia mais repetição (de impressão) dos materiais. Mas, ainda assim, tivemos que incluir um turno a mais para atender (os pedidos) porque em períodos eleitorais nosso faturamento cresce de 30% a 36%, em média". O cartaz tradicional, segundo Pouchain, era uma das peças mais procuradas pelos organizadores de campanhas, mas perdeu espaço. O "carro-chefe" de encomendas neste ano são os adesivos e bottons.

"Os adesivos tiveram um crescimento absurdo de 200%, seja o tipo de carro perfurado, o adesivo de moto, agenda, celular, incluindo os bottons, que fazem parte da família dos adesivos". Em seguida, vêm a confecção de panfletos, folders e santinhos", comenta.