Desonerações não serão renovadas

Escrito por

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem (22) que o governo não deve renovar desonerações que vencerão em 2017. "Medidas bombásticas já mostraram que não funcionam", disse.

LEIA MAIS

.'Pacote natalino' inclui jornada maior e parcelamento de férias

.Efeitos sobre economia e trabalho dividem opinião

.10,2 mi poderão sacar FGTS; injeção de R$ 30 bilhões

.Construção vê falta de verbas

.Cartão deve ter juros reduzidos pela metade

.Nova regra pode diminuir inadimplência no setor

"O momento de reonerar ou aumentar tributos, porque estamos falando no fundo na mesma coisa, não deve ser o momento em que a economia está contraindo fortemente. Você não aumenta a carga tributária no momento em que as empresas estão endividadas, em que as próprias famílias estão endividadas. Isso é negativo pro crescimento", disse o ministro durante café da manhã do presidente Michel Temer com jornalistas no Palácio da Alvorada, completando que no momento em que a economia voltar a crescer, será hora de "olhar com muita atenção para a questão da desoneração".

Segundo Meirelles, já se está visualizando um "certo equilíbrio" na economia no primeiro trimestre de 2017. Ele defendeu a adoção de medidas que permitem que as empresas produzam com maior eficácia, além de estimular que os brasileiros trabalhem com mais produtividade. "A questão é como facilitar o crescimento. Não há mágica. Medidas mágicas, bombásticas, demonstraram que não funcionam. Artificialismos não funcionam", disse Meirelles.

Renúncia

De acordo com as projeções da Receita Federal, o governo deixará de arrecadar com os chamados gastos tributários R$ 284,8 bilhões em 2016, valor correspondente a 21,3% das receitas que o fisco estima arrecadar no próximo ano. Os dados fazem parte das estimativas enviadas pelo órgão para a confecção do orçamento do ano que vem e engloba incentivos fiscais e benefícios tributários.

A renúncia inclui, por exemplo, o que o governo deixa de arrecadar devido ao Simples Nacional (R$ 82,9 bilhões em 2017) e à Zona Franca de Manaus (R$ 25,6 bilhões).