Assim como a transposição do Rio São Francisco, outra obra que visa garantir a segurança hídrica do Estado é o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que deverá beneficiar mais de 1 milhão de pessoas na região do Cariri. O projeto começou a ser executado em 2011 e deveria ter sido concluído em 2015.
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Inicialmente, o investimento total previsto para o empreendimento era de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos federais e R$ 393,5 milhões de contrapartida do Governo do Estado. Segundo dados divulgados em junho deste ano pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, porém, o valor estimado para a obra já estava em R$ 2,1 bilhão, o que representa um aumento no custo de, aproximadamente, 40%.
Cidades
As 25 cidades atendidas diretamente com o trecho 1 do Cinturão das Águas do Ceará são: Jati; Brejo Santo; Porteiras; Abaiara; Missão Velha; Barbalha; Crato; Juazeiro do Norte; Santana do Cariri; Nova Olinda; Milagres; Farias Brito; Lavras da Mangabeira; Várzea Alegre; Iguatu; Icó; Orós; Mauriti; Aurora; Caririaçu; Granjeiro, Farias Brito; Cariús; Cedro e Quixelô.
Dividido em cinco lotes, o trecho 1 terá 154 quilômetros (Km) de extensão e, atualmente, encontra-se com 56,22% dos serviços executados, segundo a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH). O primeiro lote está com 56,22% dos trabalhos finalizados e é considerado o principal, pois se concentra na área que receberá as águas da transposição do São Francisco, a partir de Jati, chegando a Fortaleza.
Demais lotes
Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos, o lote II tem 23% dos serviços executados; o lote III, 19%; o lote IV, 4,26%; e o lote V, que correspondem aos túneis, conta com 51% dos trabalhos feitos.
"O prazo de conclusão (da obra) dependerá do sistemático repasse de recursos pelo governo federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. Esse repasse se encontra normalizado atualmente", informa a secretaria, por meio de nota.
Projeto
O projeto do Cinturão das Águas do Ceará prevê a construção de 1,3 mil quilômetros de canais, sifões e túneis que levarão água para 12 bacias hidrográficas do Estado. A obra é executada pelo Governo do Ceará, com ajuda de recursos da União.
A Secretaria de Recursos Hídricos aponta que, entre os principais objetivos do Cinturão das Águas do Ceará, estão: incrementar a garantia do suprimento de água para irrigação; propiciar o uso sustentável da água subterrânea do maior aquífero do Ceará; melhorar a entrada e a distribuição da água transferida pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco para o Estado (Pisf); e permitir a transferência de vazões excedentes do Pisf para o Açude Castanhão e também para o Açude Orós.
Investimentos
Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Recursos Hídricos não informou o valor que já foi investido na obra do Cinturão das Águas até agora.
Repasse
De acordo com informações do Ministério da Integração Nacional, o repasse financeiro para o Cinturão das Águas do Ceará foi ampliado em aproximadamente 163% nos últimos cinco meses.
O órgão informa que o total de pagamentos realizados pelo governo federal ao governo estadual, entre junho e outubro deste ano, foi de R$ 115,7 milhões ao governo estadual.
Ainda conforme o Ministério da Integração, em igual período no início do ano, entre janeiro e maio, foram liberados aproximadamente R$ 44 milhões.
O maior desembolso do Ministério para a realização das obras do Cinturão das Águas do Ceará ocorreu entre os meses de setembro e outubro deste ano, com recursos que totalizaram R$ 85,7 milhões. (RS)