Os produtos de Natal nos supermercados de Fortaleza não tiveram grande variação em relação a 2022. A conclusão é resultado de uma pesquisa realizada pelo Diário do Nordeste que comparou os preços em relação aos encontrados no fim do ano passado.
Foram analisados produtos das mesmas marcas e com as mesmas gramaturas. A análise considerou a média de preços em três supermercados da Capital. A soma dos produtos natalinos foi de R$ 363,09, pouco inferior à de 2022, R$ 365,63.
Entre os produtos pesquisados, o vinho, o panetone e o queijo parmesão ficaram mais caros em relação ao ano passado. Já o espumante e as azeitonas tiveram os preços reduzidos.
As carnes de aves típicas do período natalino também são encontradas com preço menor. O preço médio do chester saiu de R$ 34,49 para R$ 29,49, com queda de 14,49%. Já o quilo do Peru, encontrado a R$ 30,99 em 2022, agora é comercializado a R$ 28,49.
A queda discreta no preço geral da ceia acompanha o movimento do ano passado. Em 2022, o preço total dos produtos diminuiu 4% em comparação com o ano anterior. A redução seguida ocorre após um aumento nos preços de 32% em 2021, na comparação com 2020.
Érico Veras Marques, economista e pesquisador de finanças, aponta que o comportamento diferente entre produtos é comum, já que a variação dos preços depende do movimento do dólar, dos índices de exportação e outras questões.
"De uma forma genérica, o que a gente encontra uma inflação da cesta de Natal variando 4 a 8%. A dica para o consumidor é que pesquise bem para que talvez consiga encontrar lugares onde o preço esteja melhor que o ano passado ou não tenha variado tanto", aponta.
O economista aponta que a inflação ao longo do ano está em torno de 4% e alguns produtos podem ter tido uma redução de preço mais acentuada por terem tido um pico nos anos anteriores. "A expectativa para 2024 é que a gente consiga trabalhar em uma inflação menor, a meta é que fique em torno de 3,75%", projeta.
Reduflação
Apesar de ter uma variação de preço de 2%, a caixa de chocolates está saindo mais cara para o consumidor devido à redução de tamanho. Em 2022, o produto era encontrado com 300g por uma média de R$ 13,90 em Fortaleza. Já neste ano, a caixa é vendida com 215g a R$ 14,19.
Ou seja, o consumidor está pagando mais caro por uma quantidade menor de produto. A mudança na quantidade de produto foi sinalizada pela Nestlé, seguindo a obrigatoriedade. O fenômeno chamado de reduflação é comum para chocolates, biscoitos e até papel higiênico.
Allisson Martins, economista e Professor dos cursos de Economia e Finanças da Unifor, destaca que a inflação acumula da categoria de chocolates em barra e bombom é de 8,74% nos últimos 12 meses. "A reduflação é um fenômeno que realmente chegou para ficar, onde os produtos ficam menores para conseguir entregar com o mesmo preço", aponta.
O economista aponta que os chocolates tiveram uma elevação de preço bastante superior à média dos alimentos e bebidas. "Em Fortaleza, observa-se um nível de preço comportado. 0,66%, praticamente zero a inflação em alimentos. Muito mais controlada do que a gente observou nos últimos anos", aponta.
Dicas para comprar
Em um período de um grande volume de compras, a orientação é que os consumidores pesquisem os preços dos itens desejados. O presidente do Procon Fortaleza, Wellington Sabóia, reforça a necessidade de conferir os descontos oferecidos.
"Alguns estabelecimentos oferecem preços promocionais por aplicativos e cupons de descontos. O consumidor deve exigir sempre o cumprimento a oferta", explica. Em caso de divergência entre o preço anunciado e o valor cobrado no caixa, o consumidor tem direito de pagar o menor valor.
Descumprimento das normas podem ser denunciados na Central de Atendimento ao Consumidor, discando o número 151. Também é possível enviar denúncias de falsas promoções pelo aplicativo Procon Fortaleza