Ceará deve ganhar dois novos resorts no litoral leste, com investimento de R$ 200 milhões

Empreendimentos devem entrar em operação até o final de 2024

Com investimento previsto de R$ 200 milhões, a rede hoteleira do Ceará deve ganhar mais dois resorts no litoral leste, mais especificamente em Iguape e Canoa Quebrada.

Os empreendimentos ainda estão em fase de concepção e, quando prontos, devem ser administrados pela Atrio, terceira maior administradora hoteleira do Brasil com 75 hotéis no portfólio.

César Nunes, vice-presidente de marketing da empresa, revela que a companhia está traçando um plano de expansão que prevê o acréscimo de mais 21 hotéis até o fim de 2023, totalizando 100 empreendimentos.

Sendo uma empresa originária de Joinville há 34 anos e com boa presença nas regiões Sul e Sudeste, um dos focos desse crescimento será o Nordeste e o próprio Ceará, onde a Atrio já administra um hotel em Maracanaú.

Os dois resorts previstos são parte dessa investida, que ainda mira a entrada do grupo na Capital cearense. Conforme Nunes, ambos os empreendimentos já possuem terreno acertado e se encontram em fase de concepção.

"Quando a gente fala de objetivo e onde a gente quer desenvolver, focamos principalmente na região Nordeste. No Ceará, temos uma operação em Maracanaú que, inclusive, é um dos nossos hotéis que vem com melhor resultado. A gente quer chegar na Capital, que é uma cidade extremamente desejada pelo turista nacional e ainda tem um forte apelo para (turismo de) negócios"
César Nunes
Vice-presidente de marketing da Atrio

O executivo revela que os detalhes dos projetos devem ser divulgados até o primeiro trimestre de 2023, com previsão do início das operações até o fim de 2024. A geração de empregos, diretos e indiretos, deve ficar de seis a sete vagas por quarto, no caso dos resorts.

Conversões

Além de acompanhar os projetos desde a concepção e construção, o grupo também utiliza como estratégia de crescimento a conversão de empreendimentos já em operação e que por ventura queiram repassar administração do negócio.

Nunes esclarece que, por ser remunerada apenas com parte dos resultados, a companhia precisou desenvolver um nível de eficiência que garante retornos cerca de 30% a mais que a média do mercado.

O executivo detalha que a parte administrativa da rede fica concentrada em Joinville, gerando uma redução de custos dentro das unidades, e de forma que a equipe local fica focada no operacional, na qualidade dos serviços e na experiência do cliente.

Mesmo desde a concepção dos empreendimentos, Nunes aponta que a participação da Atrio tem o objetivo de otimizar recursos. Ele pontua que a expertise do grupo no segmento vem auxiliar no atendimento às necessidades de operação de um hotel.

"Já pegamos hotéis em fase final de obras que precisaram de várias adaptações. Por exemplo, um não tinha vestiário para funcionários e, sem vestiário, não dá para operar", destaca.

Desafios

Apesar da expansão e da retomada do turismo, o executivo aponta o malha aérea como um dos fatores de preocupação para a consolidação dos projetos. Com uma quantidade de voos ainda reduzido e preços dos bilhetes astronômicos, Nunes pontua a necessidade de iniciativas do governo que gerem reflexos para o consumidor e incentivem o turismo.

O executivo lembra que o turismo regional se fortaleceu bastante na pandemia, mas que apenas esse segmento não é suficiente para consolidar as operações.

Tendo em vista que as atividades turísticas e o setor de serviços em geral geram muitos empregos, ele também argumenta que deveria receber um olhar mais cuidados do poder público.