Apenas 23% dos trabalhadores de transporte por aplicativo contribuem com o INSS

Número vem caindo desde 2016. De acordo com pesquisa do Ipea, 1,7 milhão de pessoas no Brasil trabalham no transporte por aplicativo

Uma das categorias mais expostas a acidentes de trabalho, os profissionais do transporte por aplicativo estão cada vez menos protegidos quando se trata de previdência social. De acordo com um estudo divulgado na quarta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só 23% desses trabalhadores contribuem com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A fatia de profissionais dentro dessa ocupação e contribuintes com a previdência social "sofreu redução no final de 2016 e em 2017, e está relativamente estável desde 2019 até o presente", de acordo com o Ipea. A pesquisa considera um universo de cerca de 1,7 milhão de trabalhadores da categoria em todo o Brasil.

Enquanto 23% dos trabalhadores do transporte por aplicativo, chamados no estudo como aqueles que estão na gig economy (termo usado para abarcar os trabalhadores independentes em aplicativos), o percentual de contribuintes com a previdência entre os trabalhadores por conta própria em geral - excluindo a gig economy, é de 33%.

A partir dos números, o estudo afirma que, ao comparar a trajetória dos percentuais de contribuintes, "nota-se que, enquanto a dos trabalhadores da gig economy dos transportes está em queda, a dos demais conta própria apresenta uma estabilidade considerável".

Nordeste entre as regiões que menos contribuem

O levantamento também observa a parcela de contribuintes com o INSS por região. O Nordeste é segunda maior em trabalhadores do transporte por aplicativo desprotegidos pela previdência social, com apenas 16,5% de contribuintes. A região com trabalhadores no transporte por aplicativo que mais contribui é o Sul (37%).

A menor fatia de contribuintes foi observada no Norte, com 9,6%. No Sudeste e no Centro-Oeste, esses percentuais foram de 27% e 22,9%, respectivamente.