Atualizada às 19h20
Um apagão desligou parte da energia elétrica em pelo menos oito Estados e no Distrito Federal nesta segunda-feira (19). Foram atingidos São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal. A energia foi restabelecida.
Em nota oficial, em sua página na internet, a Eletropaulo disse que o desligamento de seus clientes teria ocorrido por orientação do próprio ONS, que "cortou mais de 700 MW (megawatts) de energia". No entanto, pouco depois, a empresa informou que a totalidade de sua carga de energia foi restabelecida às 15h50.
A CPFL Energia, que possui oito empresas de distribuição em São Paulo e no Rio Grande do Sul, informou que houve cortes a pedido do ONS em municípios do interior e litoral de São Paulo, além de cidades do RS.
A companhia disse que teve de aplicar cortes de energia por determinação do ONS, por volta das 15h. O corte seria de aproximadamente 800 MW. As empresas teriam conseguido religar o fornecimento por volta das 15h55.
A AES Sul, que atende uma parte do 1,3 milhão de clientes do Rio Grande do Sul, afirma que cerca de 15 mil pessoas foram afetadas, entre as 15h e as 15h40. O corte foi de 176 megawatts. A empresa não informou quantos municípios tiveram fornecimento interrompido.
Já a CEEE, responsável por cem municípios na região metropolitana de Porto Alegre e litoral do RS, diz que 100 megawatts foram cortados, atingindo dez cidades.
A assessoria de imprensa da Light confirmou que foi orientada pelo ONS a interromper o fornecimento em alguns locais do Rio de Janeiro, o que teria acontecido a partir das 14h53. A empresa disse que o fornecimento foi totalmente normalizado às 16h20.
O apagão também atingiu municípios do interior do Rio. De acordo com a Ampla, concessionária que atende a 66 cidades fluminenses, a pedido do ONS, a distribuidora cortou 100 MW de sua área de cobertura. A interrupção ocorreu às 14h55 e voltou ao normal uma hora mais tarde, às 15h55.
De acordo com a empresa, o fornecimento foi interrompido para 180 mil clientes em 13 municípios da região metropolitana e de cidades do Norte Fluminense e da chamada Região dos Lagos. Os municípios afetados foram São Gonçalo, Saquarema, Petrópolis, Cabo Frio, Araruama, Campos dos Goytacazes, Iguaba, Mangaratiba, Duque de Caxias, Niterói, Rio das Ostras, Casemiro de Abreu e Itaboraí.
Também houve cortes em Minas Gerais a pedido da ONS, segundo a Cemig (companhia energética do Estado). A companhia ainda não divulgou quantos megawatts foram cortados e os locais afetados.
No Paraná, a Copel disse que cortou 320 megawatts por determinação do operador. Segundo a empresa, todo o Estado foi afetado.
No Espírito Santo, a EDP Escelsa informou ter feito, também por determinação da ONS, "redução de carga no seu sistema", na tarde desta segunda (19) que atingiu o fornecimento de energia em parte de oito municípios do Estado. A capital do Estado, segundo a empresa, não foi afetada.
Em Goiás, o corte de energia atingiu várias regiões, inclusive o sul da capital, Goiânia. Segundo a Celg (Companhia Energética de GO), foram cortados 200 megawatts entre 15h e 16h.
Relatório apontou riscos de "perda de carga"
Em seu relatório técnico divulgado na sexta-feira (16) com metas e diretrizes para operação do sistema elétrico ao longo desta semana, o ONS ressalta que, havia risco de "perda de carga" durante a execução de intervenções na rede.
Essas "contingências", classificadas como "simples", teriam efeito local e não afetariam o Sistema Interligado Nacional como um todo. Ou seja, não causariam um apagão generalizado.
Mesmo assim, essas chamadas "contingências" somente seriam liberadas "em períodos mais favoráveis, ou seja, nos horários em que a ocorrência de uma eventual contingência resulta no menor montante de perda de carga", segundo destacou o documento.
As chamadas "intervenções" são, segundo o ONS, reparos programados na rede por agentes de distribuição, geração ou transmissão. O procedimento serve para que sejam feitos serviços na rede elétrica justamente para garantir a segurança dos equipamentos e o atendimento de metas.
Ministro recomendou redução de consumo
Na última semana, o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) recomendou que os consumidores reduzam seu consumo. Segundo ele, a medida seria necessária já que a energia está custando mais caro em 2015.
"Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou ele na última quarta-feira (14).
Na terça-feira (20), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve aprovar um aumento bilionário sobre as tarifas dos consumidores, repassando os gastos que o setor terá ao longo do ano.
Esse será o primeiro de dois aumentos no custo da energia que já estão programados.