Ao lado de Guedes, presidente Bolsonaro volta a defender auxílio Brasil de R$ 400

A definição do valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil levou a alterações no teto de gastos que culminaram com a saída de quatro secretários do Ministério da Economia

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender, neste domingo (24), a permanência do ministro Paulo Guedes no cargo e o valor de R$ 400 para o "Auxílio Brasil — programa de transferência de renda que substituirá o "Bolsa Família". Parte do benefício será custeado fora do teto de gastos durante 2022 — ano eleitoral. A manobra gerou divergências na equipe econômica e quatro técnicos pediram demissão.
 
 
Em mais um gesto de confiança no ministro da Economia, o presidente esteve neste domingo visitando uma feira de pássaros em Brasília e, junto com o ministro, concedeu entrevista à imprensa.
 
 
"Convidei o Paulo Guedes para conversar com vocês", disse Bolsonaro no início da conversa, na qual falou sobre a situação fiscal e econômica do País, da alta inflacionária, dos preços dos combustíveis, defendeu as reformas e mais uma vez tentou justificar o descumprimento do teto de gastos para que fosse possível dar o Auxílio Brasil de R$ 400,00.
 
Bolsonaro destacou que o custo de vida tem aumentado, com a inflação que chegou a dois dígitos e que os mais pobres têm sofrido bastante. "É uma preocupação nossa", disse o presidente. Ele voltou a criticar a política do "fica em casa" e disse que o mundo está sofrendo ainda com o que ele espera ser o "fim da pandemia".

 
"Muitos países estão com desabastecimento e nós não temos esse problema. Sabemos que o custo de vista tem aumentado. Ano passado, demos o auxílio emergencial, gastamos o equivalente a 13 anos de Bolsa Família. O Brasil tem que voltar à normalidade", disse o presidente. 

Afagos a Guedes

Neste domingo, Bolsonaro destacou medidas econômicas tomadas em 2019, quando o Brasil começou, segundo ele, a decolar. Afirmou que essas medidas, que até passaram despercebidas por muitos, é que permitiram o País a sofrer menos no ano passado, com a pandemia de Covid-19.



"A MP da liberdade econômica veio em boa hora. Terminamos 2020 com mais gente com carteira assinada que em 2019. Isso graças ao bom trabalho da equipe econômica, que não deixou de passar recursos vultosos para atender a população", disse Bolsonaro ao lado de Guedes.

Em seguida, o elogiou novamente, destacando que o ministro tem liberdade para trabalhar.

"O desempenho da economia deve-se a Paulo Guedes, a sua competência e a sua liberdade para trabalhar", afirmou.
O presidente lembrou ainda que todos esperavam que o Produto Interno Bruto (PIB) caísse 10% no ano passado, quando a queda foi de 4,1%.

Debandada 

A definição do valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil levou a alterações no teto de gastos que culminaram com a saída de quatro secretários do Ministério da Economia, na quinta-feira (21). Pediram exoneração:

  • Secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal;
  • Secretária adjunta, Gildenora Dantas;
  • Secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt;
  • Secretário do Tesouro Nacional adjunto, Rafael Araújo.
     

O movimento gerou especulações em torno também de uma possível saída de Paulo Guedes. Na sexta-feira (22), Bolsonaro foi pessoalmente ao Ministério da Economia e concedeu entrevista ao lado de Guedes para reafirmar sua confiança e apreço a ele.