Seis profissionais da saúde voltaram a ter sintomas de Covid-19 após alta, diz Secretaria

Recorrência levou um dos profissionais a precisar de internação em UTI. Pasta estadual afirma que fenômeno deve ser estudado de forma mais aprofundada.

Escrito por Redação ,
Legenda: Maioria dos profissionais da saúde infectados no Ceará são ligados à enfermagem
Foto: Kid Júnior

Por meio de nota técnica, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) revelou a recorrência do quadro clínico de Covid-19 em seis profissionais da saúde no Estado. Quatro médicos e dois técnicos de radiologia, sendo cinco homens e uma mulher, voltaram a apresentar sintomas da doença depois da alta do primeiro episódio. Além disso, eles testaram positivo para o vírus pela segunda vez. No documento, a Secretaria explica que “os achados evidenciados no estudo desses casos necessitam de investigação mais detalhada”. 

 

Todos os casos considerados no estudo tiveram testes do estilo RT-PCR, por biologia molecular, com resultado positivo nos dois momentos observados, além de exames negativos que permitiram a alta após o fim da primeira infecção. Especialistas do Comitê de Operações em Emergências (COE) da Sesa decidiram adotar o termo “reversão positiva do teste virológico” para aqueles que voltarem a apresentar exame positivo para o vírus e “recorrência de quadro clínico” para quem, além do novo teste positivo, passou a reapresentar sintomas.

> Recuperados da Covid-19 continuam a apresentar sintomas meses após a confirmação

A nota explica que termos como “reinfecção” ou “reativação” devem ser evitados. “A evidência de reinfecção normalmente requer documentação baseada em cultura de uma nova infecção após a eliminação da infecção anterior com evidência de reinfecção com uma forma molecularmente distinta do mesmo vírus”, diz o texto. Os pesquisadores da Sesa levaram em conta estudos já feitos com pacientes da cidade de Wuhan, na China, primeiro local a detectar o vírus em seres humanos, ainda em 2019.

 

Volta de sintomas

Dos seis profissionais que voltaram a ter quadro clínico de Covid-19, cinco tiveram o vírus pela primeira vez em março, logo no início da pandemia no Estado, e outro em abril. Já o início do segundo episódio foi registrado em maio para o primeiro grupo e em junho para o profissional que teve a doença por último. O tempo entre os dois episódios variou entre 53 e 70 dias. 

Todos os seis pacientes tiveram pelo menos três sintomas da doença no segundo episódio, sendo os principais febre, adinamia (fraqueza muscular) e anosmia (perda súbita do olfato). Um deles, de acordo com a Sesa, precisou ser internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) após apresentar quadro de hipoxemia, que configura baixos níveis de oxigênio no sangue. Ele se recuperou com a ajuda de suporte ventilatório não invasivo. Outro paciente também apresentou hipoxemia, mas não precisou de internação.

Notificação

A nota recomenda que os casos de Covid-19 tenham vigilância depois da alta e da recuperação. Também fica orientado que profissionais da saúde que voltarem a ter sintomas devem ser testados novamente. A notificação de casos de recorrência de quadro clínico deve ser comunicada ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para que o monitoramento aconteça.

Entre os profissionais da saúde do Ceará, 12.613 pessoas tiveram resultados positivos para a doença. A categoria registrou 27 mortes. Os mais afetados são técnicos ou auxiliares em enfermagem, enfermeiros, médicos e agentes comunitários de saúde. 

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