Localizada no Sertão dos Crateús, no Ceará, a cidade de Monsenhor Tabosa, com cerca de 17,2 mil habitantes, é a única dentre os 184 municípios, até o momento, a alcançar a marca de 25,74% da população imunizada com as duas doses contra a Covid-19. Ao todo, 4,4 mil pessoas já receberam as duas doses no município. Em relação à primeira dose, 31,99% dos moradores já foram vacinados. Nas demais cidades do Ceará, a aplicação das duas doses da vacina até quinta-feira (6) alcançou menos de 16%.
O levantamento feito pelo Diário do Nordeste considera as informações disponibilizadas pelo vacinômetro da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), registradas até a última quinta-feira (6). Os dados foram relacionados com as estimativas populacionais dos municípios utilizados oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2021.
A alta proporção em Monsenhor Tabosa pode ter relação com o tamanho do público-alvo estabelecido na primeira e segunda fase da vacinação, pois a cidade é aquela no Ceará cuja meta de vacinação, nessas etapas, é a maior proporcionalmente, se comparada ao total da população. No município de 17,2 mil habitantes, 34,5%, conforme o vacinômetro, estão inclusos na meta de vacinação destas fases.
Fases da vacinação
Na primeira e na segunda fase da vacinação, conforme o Plano Nacional de Imunização, são prioridades: trabalhadores da saúde, os idosos e os idosos institucionalizados, os indígenas, as pessoas com deficiência institucionalizadas, os povos e comunidades quilombolas e os trabalhadores da Força de Segurança e Salvamento e das Forças Armadas.
No município cearense, desde janeiro, foram vacinadas com as duas doses pessoas dos seguintes grupos:
- Idosos acima de 60 anos
- Profissionais de Saúde
- Indígenas
- Quilombolas
- Forças armadas
Gestantes, puérperas, pessoas com Síndrome de Down e pessoas com doença renal crônica, que fazem parte da terceira fase, também já receberam a primeira dose na cidade. No município, conforme dados do Integrasus, plataforma da Secretaria da Saúde, 1,3 mil pessoas foram contaminadas pelo coronavírus e 27 morreram vítimas da doença.
Agilidade na aplicação
Para a secretária Municipal de Saúde de Monsenhor Tabosa, Celi Regina, a rapidez na imunização tem relação com a experiência em outras campanhas de vacinação e, além disso, o fato de ter muitos habitantes incluídos nos grupos prioritários, colaborou, Um exemplo, indica ela, é o número alto de indígenas no município.
Nós sabíamos também que a população indígena seria beneficiada e nós temos um número grande. Temos esse privilégio de ter. Tivemos mais de 2 mil indígenas sendo vacinados no município e o que fez com que aumentasse a nossa taxa de imunização. Mesmo a gente sabendo dessa lentidão da vacina, a gente fez uma organização desses grupos. Trabalhamos com uma coisa muito importante que foi a organização dos vacinadores”.
Outra vantagem, explica ela, é que os 2.203 indígenas imunizados no município com as duas doses receberam a Coronavac, imunizante cujo intervalo de tempo entre uma dose e outra é menor, e resulta em mais gente imunizada com as duas doses em um intervalo menor.
“E tivemos um cuidado em aproveitamento 100% dessas vacinas. Em não perder nenhuma dose. Então as nossas equipes foram preparadas, capacitadas para vacinar da melhor maneira possível, para que não viesse a ter desperdício e viesse a faltar mais adiante”, completa ela.
Na cidade, relata a secretária, não houve problema de interrupção da aplicação da segunda dose. “Tivemos sempre esse equilíbrio e cuidado de vacinar de acordo com o que vem do Ministério da Saúde. Não foi preciso em nenhum momento utilizar a segunda dose antes”, garante.
No município, reforça ela, já foi iniciada, nesta semana, a vacinação das gestantes, puérperas, pessoas com síndrome de Down e com doença renal crônica. A projeção da Prefeitura de Monsenhor Tabosa é que a vacinação das pessoas que têm entre 55 e 59 anos deve começar na próxima semana.