A preocupação dos cearenses ao tossir, espirrar, sentir dor de cabeça ou ter qualquer outro sintoma de gripe (ou Covid?) tem gerado lotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza – mas buscar atendimento médico logo nos primeiros sintomas não é o recomendado.
Ricristhi Gonçalves, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), afirma que “a maior parte dos casos pode ser tratada em casa”, e que ir a uma emergência aos primeiros sinais de uma síndrome gripal pode ser uma exposição desnecessária.
A primeira coisa que a população deve fazer ao ter sintomas gripais é buscar fazer o teste de Covid nos centros de testagem. Se descartar Covid, é possível que seja influenza A H3N2.
A gestora alerta que “como as UPAs estão mais cheias”, é importante que os pacientes busquem os postos de saúde ou os centros da própria Sesa que têm realizado teste RT-PCR gratuito para diagnóstico do coronavírus.
Onde fazer teste de Covid em Fortaleza
- Centro de Testagem para Viajantes no Aeroporto de Fortaleza;
- Centro de Testagem para Viajantes na Rodoviária de Fortaleza;
- Praça do Ferreira (antigo Excelsior Hotel), sem necessidade de agendamento;
- Drive-thru no Hospital Geral (HGF) e no RioMar Kennedy, com agendamento;
- 116 postos de saúde da cidade.
Caso teste positivo, o paciente deve seguir o protocolo já conhecido: cumprir quarentena, em isolamento total, e monitorar os sintomas. Apenas se as manifestações da doença se agravarem é que se deve procurar a emergência hospitalar.
E se não for Covid?
“Se você descartou Covid, é possível que a sua gripe seja causada pela influenza A H3N2. O que fazer? Não ir de imediato para emergência”, sentencia Ricristhi, explicando que os dois primeiros dias de sintomas da influenza são, de fato, “intensos”.
Nos 2 primeiros dias de influenza, os sintomas são muito intensos, com febre mais alta, dor no corpo, tosse e coriza. Mas a maioria dos casos são leves a moderados, os sintomas melhoram em 7 dias, e podem ser tratados em casa.
A exceção, por outro lado, são os grupos de risco: crianças, idosos, gestantes não vacinadas contra influenza e pessoas com comorbidade estão mais suscetíveis a casos graves, e devem, sim, procurar atendimento médico ao surgirem os primeiros sintomas.
“Para essas pessoas, existe o antiviral que deve ser usado logo no início, na suspeita. Esses grupos não devem ser tratados em casa”, sentencia Ricristhi.
Dose de reforço contra Covid
Diante da epidemia de influenza em meio à pandemia de Covid, um dos principais recursos para frear o avanço das síndromes é a vacinação, principalmente com a dose de reforço – ou “terceira dose” – contra o coronavírus.
“Por mais que as pessoas adoeçam, porque há muitas mutações na variante Ômicron e pode haver escape vacinal, temos um ganho importante com a imunização. Os casos não estão agravando”, comemora Ricristhi.
A orientação da gestora para quem teve influenza ou alguma outra síndrome gripal é que, ao melhorar dos sintomas, aguarde o intervalo de uma semana para buscar a dose da vacina. “Temos vacinal disponível, é indispensável que as pessoas busquem”, finaliza.