Movimento Respira Brasil auxilia na produção de equipamentos de proteção contra o coronavírus

Suportes para protetores faciais designados a profissionais da área da saúde, além de válvulas para dispositivos respiratórios serão criados em impressoras 3D. A iniciativa é do grupo Business Process Innovation (BPI) criado há cerca de quatro anos no Ceará

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O Movimento Respira Brasil, que envolve uma série de profissionais em uma rede nacional, começou a auxiliar na produção de materiais de proteção para a população e para as equipes de saúde que estão atuando na linha de frente contra a o novo coronavírus (Covid-19). As ações vão desde a confecção em impressoras 3D de suportes para protetores faciais designados a profissionais da área da saúde, além de válvulas para dispositivos respiratórios.

A iniciativa veio do grupo Business Process Innovation (BPI), no Ceará, instituído há cerca de quatro anos e que envolve gestores, administradores de empresas, cientistas de dados e pessoas envolvidas com tecnologia. Após discutirem sobre a que seria a principal das causas das mortes na Itália, informada como sendo a falta de equipamentos respiratórios a todos pacientes, os empresários decidiram buscar o apoio de entidades para pensar em formas de impedir a situação no Brasil.

"Foram surgindo várias informações. Muita gente entrou em contato para sugerir e tomou uma proporção nacional, com o apoio de várias entidades", é o que conta Saurater Faraday, coordenador geral do movimento. De acordo com ele, o Senai Ceará foi uma das primeiras instituições a aderir a ideia e propor ações para iniciar a construção de suportes para protetores faciais designados a profissionais da área da saúde, além de válvulas para dispositivos respiratórios. Além disso, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) foi incluída na iniciativa.

"A ideia aqui em Fortaleza começou com a possibilidade de usar impressoras 3D. Médicos de outros estados começaram a pedir ajuda e dar suporte. Junto a isso, profissionais daqui do Eestado também entraram em contato conosco. Nesse momento, por exemplo, o Senai já está utilizando uma estrutura própria, com uma impressora e voluntários, para começar uma produção", explica Faraday.

Da parte do Senai Ceará, a ajuda pode tomar grandes proporções. Paulo André Holanda,  diretor regional do órgão, conta que a intenção é utilizar a estrutura já disposta para promover uma série de ações, capitaneadas com as ideias do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante . "Nós estamos contribuindo de uma forma muito forte com esse combate ao coronavírus. Temos trabalhado em três turnos, desde esta segunda-feira (23), no Instituto Senai de Tecnologia em Maracanaú, por exemplo, e também estamos na Unidade de Educação em Sobral e em Juazeiro do Norte", pontua Holanda. 

Agora, ele comenta, a primeira ação tem sido desenvolver algo concreto. "Estamos com cinco impressoras 3D fazendo um protótipo do suporte de poliamida para as máscaras de acetato, que devem ser utilizadas pelos profissionais no atendimento e são aprovadas pela Organização Mundial de Saúde". Segundo Holanda, esses suportes cobrem da testa ao queixo, tornando a contaminação pelo vírus mais difícil durante a atenção dada aos pacientes nas unidades de saúde. "Então, no geral, estamos fazendo esses suportes nas impressoras para depois confeccionar os moldes e injetá-los no nosso parque de usinagem".

Ao todo, a capacidade de produção seria para cerca de 50 mil suportes em uma semana, uma vez que o estoque de matéria-prima esteja completo. Além disso, o diretor regional explica a possibilidade de produção de válvulas de encaixe para aparelhos de respiração mecânica. Paulo André ressalta que a utilização desses produtos só deve ser permitida após validação do comitê composto pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e por outros órgãos.

"Essa é uma preocupação nossa que veio repassada de profissionais que trabalham em todo o Ceará. Eles nos pediram: "cuidem da gente porque está bem complicado". Então estamos agilizando para buscar essa produção de alguma forma", reforça Saurater Faraday.

Ambos acreditam na possibilidade de acelerar os processos para evitar que pacientes e pessoas que trabalham no Sistema de Saúde sejam afetados pela falta de equipamentos.