A produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) através de impressoras 3D, destinados a hospitais e unidades de saúde no Ceará, como máscaras cirúrgicas, terá início nesta quarta-feira (25). A ação foi idealizada pelo CriarCE, projeto da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Governo do Estado (Secitece), diante da crescente demanda por conta do coronavírus (Covid-19).
A iniciativa utilizará máquinas do próprio CriarCE e outras unidades obtidas através da parceria com os Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade da Universidade Estadual do Ceará (Lais/Uece), Fundação Citinova, Instituto Atlântico e Instituto Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento (Idesco).
“Vamos imprimir o que chamamos de ‘face shields’, que é uma máscara que cobre todo o rosto com um plástico transparente na frente, que fica fixa na cabeça da pessoa. Vamos imprimir o suporte pra essa máscara, mas estamos com algumas dificuldades para conseguir os acetatos, que são os insumos pra poder terminar os objetos. Precisamos conseguir uma parte ainda”, revela Thiago Barros, coordenador do CriarCE.
Também serão produzidas travas de plástico com pequenos elásticos, onde é colocado o tecido de TNT para formar as máscaras mais básicas. As pequenas travas, assim como a ‘face shield’, pode ser higienizada e reutilizada. “Ao invés de dar uma máscara comum para o agente de saúde, que ele vai precisar jogar fora depois, é melhor ter essa trava plástica e ele ter vários pedaços de tecido, que ele vai trocando conforme for necessário”, detalha.
Até o momento, o projeto conta com 10 equipamentos distribuídos entre as salas do CriarCE, situadas no 10º andar do prédio do Cineteatro São Luiz, e espera receber mais três impressoras ainda nesta terça-feira (24), conforme explica o coordenador Thiago Barros.
Participação
Ele explica que outros membros da comunidade Maker, que possuem impressoras 3D em casa e têm capacidade técnica para manuseá-las, também podem participar da ação. O CriarCE envia o arquivo que será produzido, e um motoboy busca os objetos na casa do dono da impressora.
O coordenador destaca, ainda, que as impressoras 3D podem imprimir também peças de maior complexidade como válvulas para ventiladores mecânicos e outras peças de reposição que possam ser geradas a partir das necessidades que se apresentem. “Ainda são protótipos, mas podemos produzir muito rápido. Podemos imprimir, testar e ajustar”.
Até o momento, foram feitos quatro moldes de máscaras ‘face shield’ e enviados para que médicos pudessem testá-los e avaliar qual o mais adequado e confortável para o uso. “A gente já viu alguns profissionais de saúde com machucados no rosto por conta do uso do EPI, então queremos melhorar isso”, diz Thiago Barros.
Ele ressalta que as unidades a serem beneficiadas pelos materiais ainda não foram definidas, e a decisão será alinhada junto à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A ação conta também com a participação da coordenadora Gabriella Purcaro, da Secitece, e mais três pessoas que atuam como técnicos, operando as impressoras 3D.