Diário do Nordeste reforça proximidade com o público e fortalece relevância do jornalismo local

Há 39 anos, o jornal busca, acolhe e pauta temas locais. Na nova etapa, com o incremento dos produtos digitais, o trabalho jornalístico que, no dia a dia, ajuda a evidenciar assuntos relevantes à sociedade, é aprimorado.

Reportar o cotidiano. Fazer chegar a um amplo número de pessoas temas e debates que perpassam e definem as rotinas. Das demandas práticas locais, dentre outras, por melhorias na habitação, saúde, educação e segurança das cidades cearenses, ao registro do conhecimento e da tradições culturais. Com espaço também para o trato dos assuntos econômicos e políticos. O jornalismo local, por meio de um conjunto de ações, cotidianamente, produz pautas e amplia visibilidades.

Há 39 anos, o Diário do Nordeste assegura essa prática em coberturas que incluem anônimos e figuras públicas. Com estratégia digital, essa atuação que, no dia a dia, qualifica a circulação de informações relevantes à população local, ganha ainda mais força e abrangência. 

Movimentos em escolas, demandas em unidades de saúde, interdições, índices da quadra chuvosa, protestos, variação de taxas financeiras, trânsito, acidentes, conservação do patrimônio, trabalhos artísticos... São inumeráveis os assuntos cotidianos abordados no jornalismo. Quantas vezes, ao dia, você se depara, justamente, com esse leque de conteúdos? E o quão eles interferem na sua vida?

Prioridades

A atividade jornalística segue em transformação e, para o jornalista sócio-diretor da TricMedia, consultoria jornalística especializada em transformação de mídia digital, Chico Amaral, diante da abundância de informação na atualidade, “as informações locais de qualidade são as mais relevantes”. Ele ressalta que esse destaque ocorre porque ao trabalhar com informações locais importantes, o jornal “se põe a serviço da comunidade”, quando a informa bem. 

“É preciso oferecer aquela informação de modo que as pessoas possam avaliar o seu valor e o jornal possa intermediar as relações comunitárias. Informação tem muita, mas quem faz formalmente a apuração e organização são os jornais”, pontua Amaral.

No atual cenário, de acordo com ele, o que se espera como prioridade nos processos de produção de notícias é que o jornalismo tenha credibilidade, senso de prestação de serviço e sentido de comunidade. Além disso, evidência que no cenário de interação entre o jornal e o público, há a seguinte percepção “quando as pessoas procuram o jornal é porque elas reconhecem no jornal o papel de veículo qualificado. O jornal tem que fazer um esforço de ir até às pessoas, de identificar as comunidades as quais ele pode servir. Construir uma relação que permite ao jornal revelar à própria comunidade. Manter essa aproximação”.

Aproximação

No Diário do Nordeste a proximidade e a capacidade de impacto do jornalismo local são motores da cobertura. Em tempos de abundância de informação, ter visibilidade no jornalismo, para o morador do Bom Jardim e coordenador do Centro de Defesa da Vida Herbert Souza (CDVHS), Rogério Costa, “é tão ou mais importante do que uma notoriedade nacional porque a resolutividade imediata, concreta, muitas vezes está aqui, no nível local. Essa é a expectativa das comunidades, uma solução viável e próxima”. 

A cobertura local, avalia, deve considerar a necessidade que a população tem de ter conhecimento sobre os eventos que ocorrem em seu entorno, bem como "ser notado". “A vida acontece aqui na cidade, no bairro, na comunidade, mas se só o filtro nacional estiver ativado, o que faço aqui fica invisível, passa ao largo”, completa.

Rogério opina que o Diário do Nordeste faz diferença à comunidade quando enfoque do Bom Jardim não se restringe à “pauta policial". “Notícias sobre conquistas como equipamentos de saúde, escolas, Zona Especial de Interesse Social, Parque Lagoa da Viúva, ciclofaixas, Centro Cultural do Bom Jardim, empreendedorismo, coletivos de juventude, Ponto de Memória, campanhas de solidariedade, todos esses temas noticiados, ao longo do tempo, contam um pouco da nossa história e nos ajudam a compreender que nosso lado é sempre pela afirmação dos direitos humanos”, acrescenta.

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Perspectiva parecida sobre a visibilidade da comunidade é afirmada por Maria Josefa da Conceição, a Maria de Tiê, uma das figuras ilustres da cultura tradicional popular cearense. Moradora da Comunidade Quilombola dos Souza, no Sítio Vassourinha, em Porteiras, a 523 km de Fortaleza, ela ressalta que quando o jornalismo abordar as experiências de sua comunidade “fortalece o conhecimento e é uma forma de valorização para mim e as outras mulheres”. 

Um dos efeitos das coberturas jornalística no território, avalia, é “levar pra outros lugares, nossa realidade e nossa tradição, por meio de entrevistas e reportagens”. Maria de Tiê, em 2020, foi agraciada com o Troféu Sereia de Ouro, do Sistema Verdes Mares. A premiação, relata ela, é também uma forma de ser vista “pelo Nordeste”. Em sua realidade, Maria trabalha com idosos, crianças e jovens e mantém viva a Dança do Coco e o Maneiro-Pau.

Tradução

Em paralelo, na cobertura cotidiana sobre a área econômica, Ricardo Eleutério, economista e conselheiro regional do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon), explica que o jornalismo local traz para os cidadãos os eventos macroeconômicos e os contextualiza. “Por exemplo, se o preço do petróleo se eleva no mercado internacional, então vai haver um impacto no bolso, na vida do cidadão de Fortaleza, ou do Ceará, e isso vai se traduzir no aumento preço do combustível, que vai gerar mais inflação, portanto, vai impactar o dia a dia das pessoas”, explica.

Ele indica que embora os assuntos econômicos, muitas vezes, possam parecer para "muito distantes”, com a tradução jornalística do economês, a realidade fica mais compreensível. “O jornalismo econômico local vai desempenhando uma função de esclarecer, educar” completa. Para ele, o Diário do Nordeste consolida um acompanhamento jornalístico muito robusto na área de economia. 

“Um exemplo, é que todo mês sai a taxa de inflação. A matéria vem e faz uma análise mais localizada na Região Metropolitana de Fortaleza. O cidadão vai tomar conhecimento dessa informação, saber o porquê essa realidade está presente em Fortaleza. Isso é de suma importância. Vai se educar e se posicionar melhor no que concerne os efeitos das medidas econômicas sobre a sua própria realidade”, explica Ricardo.

Conexão contínua entre o público e  a redação

Se há algum tempo, a participação do público no agendamento dos temas que se tornam pauta era corriqueira, hoje, essa ação é ainda mais intensa. No Diário do Nordeste, as sugestões de pauta e, mais que isso, as interações, se dão por vários meios, com ênfase nos digitais.

"É impossível pensar o jornalismo atual sem considerar a interação com a população. A distância entre o jornalista e seu público é cada dia menor. Estamos o tempo inteiro em contato", afirma a jornalista Karine Zaranza, editora de Núcleo na redação do Sistema Verdes Mares (SVM).

Ela exemplifica que essa relação se mantém por contatos com "fontes para reportagens, sugestões de matérias que chegam através de canais de interação - whatsapp, telefone, email, comentários em redes sociais e no contato direto na rua - análise e, de certa forma, uma avaliação do nosso trabalho após publicação. Nossa interação acontece antes, durante e depois que entregamos o produto jornalístico".

Dentre os desafios, a editora aponta que conseguir propagar informações de assuntos que despertam o interesse do público no tempo em que eles acontecem e no formato que comunique melhor é um dos desafios da redação.

Outra atribuição do jornalismo, indica Karine, "é saber como criar valor para as pessoas quando vivemos em uma época em que elas têm muito acesso à informação e, inclusive, contra-informação". Na ação de se conectar com o público, o jornalismo digital, avalia ela, viabiliza mais ainda essa proximidade.

"Acredito que esse novo momento, do Diário do Nordeste venha ao encontro dessa urgência", completa.

Outro ponto em destaque é que o Diário do Nordeste se mantém presente em várias regiões do Ceará com jornalistas em atuação nas principais cidades cearenses, como na Região do Cariri, em Sobral e em Iguatu.