Zagallo divide herança e causa conflito entre filhos; entenda

No documento, Zagallo acusa, três de seus filhos, de tentativa de extorsão e de anulação do inventário de Alcina de Castro Zagallo, sua mulher, morta em 2012

Uma briga pela herança de Zagallo surgiu após a morte do Velho Lobo. Segundo informações do portal Notícias da TV, o ex-jogador deixou explícito, em seu testamento, assinado em novembro de 2016, seu descontentamento com três de seus filhos, a quem Zagallo acusa de tentativa de extorsão e de anulação do inventário de Alcina de Castro Zagallo, sua mulher, morta em 2012.

Além disso, o ponto — do testamento aberto no último dia 9 de janeiro — que causo mais conflitos na família do ex-técnico foi seu desejo em deixar metade dos bens apenas para seu filho mais novo, Mario Cesar de Castro Zagallo

“O testador deseja, como última vontade, deixar a totalidade da parte disponível de seu patrimônio para o filho mais novo, Mario Cesar de Castro Zagallo. Tal escolha se deu pela profunda decepção com seus três outros filhos”, afirma um trecho do documento divulgado pelo Notícia da TV.

LEI BRASILEIRA

Segundo a lei brasileira, tudo que uma pessoa possui precisa ser dividida em duas partes iguais: uma delas, de 50%, é destinada obrigatoriamente aos herdeiros diretos, como filhos e esposa. Os outros 50% podem ser distribuídos da maneira que o testamentário expressar. 

Sendo assim, Zagallo decidiu destinar 50% de seus bens ao seu filho mais novo, exclusivamente. Com isso, Mário César ficará com 62,5% dos bens, enquanto Paulo Jorge de Castro Zagallo, Maria Emília de Castro Zagallo e Maria Cristina Zagallo Ballester ficarão com 12,5%, cada.

“Como maneira de retribuir todo o carinho e a dedicação que Mario Cesar tem lhe dispensado, principalmente no período de pós-morte de sua esposa, quando seus outros três filhos desistiram de lhe dar atenção e carinho”, diz o documento.

TESTAMENTO DA ESPOSA

Após a abertura do processo de inventário de Alcina, posterior a sua morte, todos os filhos concordaram em tornar Zagallo como administrador dos bens dela, estimados em mais de R$ 1,5 milhão. Os herdeiros assinaram um documento em cartório no qual abriram mão da herança da matriarca para que a totalidade permanecesse com o pai.

Contudo, em 2016, Paulo Jorge, Maria Emília e Maria Cristina, processaram Zagallo sob a acusação de “falsidade ideológica” após ele alegar que sua esposa, Alcina de Castro Zagallo, morreu sem deixar testamento, quando, na verdade, o documento existe e foi lavrado, por ela, em 1984. 

“[Zagallo] Tem ciência dos procedimentos judiciais manejados por esses outros três contra sua esposa, no intuito de tornar nulo o inventário de sua esposa realizado há mais de quatro anos, o que lhe acomete da mais profunda tristeza e mágoa”, narra o tabelião Luiz Fernando Carvalho Faria.

Os três filhos chegaram a apresentar o documento e pediram que inventário dela fosse anulado para que seus bens fossem redistribuídos. Mas o processo não se desenrolou como eles esperavam.

Segundo o portal, a Justiça do Rio de Janeiro, na época, julgou improcedente a nulidade do inventário da mulher, já que Alcina deixou escrito no testamento exatamente o que foi cumprido: que o marido ficasse com a totalidade dos bens imóveis e investimentos em terras e bancos. Com isso, o caso foi arquivado em fevereiro de 2020.