Saulo Mineiro relembra trajetória como universitário e servente de pedreiro: 'não queria mais jogar'

Conforme o “coração valente”, como foi apelidado o atacante alvinegro, seu pai e seu irmão tiveram muita influência nesse retorno ao futebol

O atacante Saulo Mineiro, do Ceará, falou sobre o início no futebol amador, seu período como estudante universitário e seu caminho até se tornar profissional, em conversa exclusiva com o Diário do Nordeste. O atleta, que voltou aos campos jogando pelo Tabajara — time amador de Minas Gerais — contou como foi deixar a vida de servente de pedreiro para retornar aos campos.

“Um dia eu tava lá em São Paulo, na casa da minha atual esposa, passando um final de semana. Nessa época eu já trabalhava de servente (de pedreiro) e fazia faculdade. Eu tava apertado, porque tinha que pagar a faculdade e pagar as contas. Ai meu irmão me ligou e falou: 'olha, ti assinei aqui no Tabajara (time amador) pra você jogar'. E eu não queria, porque já tinha desiludido do futebol e não queria jogar mais. Ai ele disse: 'assinei você aqui pra você pegar um dinheiro a mais e pagar sua moto. Ai nessa eu fui jogando no amador'”
Saulo Mineiro
Atacante do Ceará Sporting Club

Segundo Saulo, ele não tinha mais o desejo em jogar futebol profissional, já que o dinheiro que ele estava conseguindo — atuando como servente e no futebol amador — estava sendo o suficiente para pagar sua faculdade e suas contas. Contudo, conforme o “coração valente” — como foi apelidado o atacante alvinegro — seu pai e seu irmão tiveram muita influência nesse retorno.

“Depois de uns jogos, o Cássio, que ta até hoje comigo, pediu pra ir ao escritório dele. Só que eu não queria ter ido. Meu pai e meu irmão me obrigaram a ir. Eu não queria ir porque já tava ganhando dinheiro como servente, conseguindo comprar minhas coisinhas e nunca tinha ganhado nada com futebol. Ai não queria voltar pra esse mundo que eu nunca tinha ganhado nada”, revelou Saulo.

Na conversa, o atacante mineiro agradeceu a oportunidade, mas, em um primeiro momento, negou a oferta em atuar no Uberlândia, time do interior de Minas Gerais. Porém, uma proposta acabou chamando a atenção de Saulo e o convenceu a dar uma nova chance ao futebol. 

“Só que nessa época eu fazia faculdade de engenharia civil, ai o Cássio, que tinha uma construtora lá em Uberlândia, falou pra eu treinar de manhã, estagiar na construtora a tarde e fazer a faculdade a noite com ele me pagando o mesmo que eu ganhava como servente. Ai nessa ele me convenceu. Comecei a treinar, e jogando no amador nos finais de semana ainda. Ai um ano depois assinei com o profissional e quando fui vê já tava estreando”, disse o atacante do Vovô.