Campeãs da Série B de 2022, as meninas do Vozão têm agenda cheia nesta temporada. Ao todo, serão três competições: Supercopa do Brasil, Brasileirão Série A e Campeonato Cearense. O Ceará ainda busca apoio financeiro para garantir a montagem do time, além de comissão e toda a estrutura necessária de treinamentos.
O clube oficializou a participação na Supercopa e Campeonato Brasileiro Série A1 com a CBF nesta quinta-feira. No entanto, muitas peças importantes deixaram a equipe, entre jogadoras e staff. Assim, o Ceará ainda trabalha na montagem do elenco para 2023.
“Nós não temos condições financeiras, nesse momento, para montar um elenco compatível com a competição. A gente vai participar. Possivelmente, serão garotas da região, pontualmente uma espinha dorsal. O clube não tem recursos financeiros para bancar um projeto para esse ano”, esclareceu Eduardo Arruda, diretor administrativo do Ceará, que também é responsável pelo futsal e pelas escolinhas do clube.
Com as meninas do Vozão, o clube gastou cerca de R$1.600.000 mil reais (número ainda não consolidado) em 2022. A queda do time masculino para a Série B reduziu o poder financeiro do clube, que ainda não definiu a previsão orçamentária para 2023. Entre os mais afetados, estão o futebol feminino e o futsal. A equipe, inclusive, correu risco de não aproveitar a inédita vaga conquistada na Série A1.
“Nós temos que nos virar, buscar situações para que esse departamento funcione. Tanto ele como o próprio futsal para 2023. Mas vai ser um negócio diferente, porque não está fácil buscar recursos. Para o clube, dentro do orçamento, fica inviável a colaboração naquilo que a gente necessitava, mas arregacei as mangas e estou tentando montar nosso elenco e participar das três competições”, esclareceu o dirigente.
MONTAGEM DO ELENCO
Peças importantes da equipe vencedora da última temporada já não fazem mais parte do elenco. Annaysa, Nath Pitbull, Flávia Pissaia, Edna Maria e Michele Carioca são alguns dos nomes. Sobre a montagem do time, o diretor administrativo explica.
“Há muitas meninas saindo porque a gente não tem condições. Com o acesso, cresce a intenção financeira delas e a nossa disponibilidade não é a mesma. Ela caiu muito. Mas a gente está sendo bem inteligente na montagem. Muitas meninas da base serão aproveitadas. Estou vendo questão de preparador de goleiros, treinador… Estamos pontuando algumas permanências e substituições por questões financeiras mesmo. A gente vai lutar”, esclareceu.
COMPETIÇÕES
O primeiro desafio do novo elenco será a Supercopa do Brasil, que ocorrerá entre 5 e 12 de fevereiro. A competição é mata-mata. O torneio reúne os oito melhores clubes no ranking entre os 12 mais bem posicionados da Série A1, além dos quatro melhores da Série A2. O grupo deve iniciar as atividades apenas na próxima semana.
“Estamos trabalhando para que as coisas caminhem. Mas é um ano difícil, que a gente precisa ter muita inteligência e jogo de cintura para lidar com as coisas. E o futebol feminino é vitorioso, tem muitas conquistas. Dos cinco campeonatos cearenses que participamos, a gente foi campeão de três. Subimos agora para a Série A e fomos campeões da Série A2. Da mesma forma o futsal”, disse Arruda.
O Ceará está em 17º no ranking nacional de clubes. Após a inédita disputa da Supercopa do Brasil, o compromisso será a estreia na elite do futebol feminino nacional. O Brasileirão tem início no dia 26 de fevereiro e vai até 17 de setembro. Eduardo Arruda esclarece os objetivos da equipe nos torneios.
“Nosso campeonato é em cima de cinco clubes. É dos clubes que subiram e os que estavam próximos de cair, pra ver se a gente consegue permanecer. É um ano muito difícil do Ceará, mas nós vamos trabalhar para participar das competições e tentar se manter”, concluiu.