Análise: Fortaleza mostra poder de reação histórico em empate contra o Santos

Tricolor de Aço fez um jogo que será lembrado por muito tempo ao conseguir reverter, no segundo tempo, placar que parecia trágico em plena Vila Belmiro

Uma reação épica em um jogo que entrou para a história. A atuação do Fortaleza, ontem, contra o Santos, em plena Vila Belmiro, está no hall de partidas que ficarão para sempre marcadas na lembrança do torcedor leonino. Depois de ir para o intervalo perdendo por 3 a 0, o Tricolor fez valer seu hino. Combativo, aguerrido, vibrante e forte, o Leão do Pici buscou o empate em 3 a 3 no apagar das luzes do segundo tempo, com direito a gol aos 49 minutos.

Contra o líder do campeonato e atuando fora de casa, o time cearense consegue um ponto importantíssimo na Série A do Brasileiro, que o fez chegar aos 18, mantendo assim cinco de vantagem para a Chapecoense, primeiro time na zona de rebaixamento.

O placar reflete uma partida antagônica e cheia de reviravoltas, o que valoriza ainda mais o resultado conquistado pelos leoninos. A reação do Fortaleza na etapa final, comandada por Wellington Paulista, foi surpreendente até para quem estava em campo. "Nosso time tem um força que a gente às vezes desconhece", revelou o goleiro Felipe Alves.

A afirmação faz total sentido considerando ainda que, com dois minutos de jogo, o Tricolor já estava perdendo. Marinho abriu o placar com um minuto. Aos nove, Jorge acertou chutaço de fora da área e ampliou.

Estar em desvantagem de dois gols com apenas 10 minutos acabou com a estratégia traçada pelo técnico Zé Ricardo, que havia escalado o time com três volantes (Gabriel Dias, Juninho e Felipe). A proposta de marcação forte e ocupação de espaços não foi bem sucedida pela intensidade imposta pelos santistas e pela pouca assimilação dos leoninos ao novo esquema tático. A linha defensiva bateu cabeça, falhou várias vezes e viu ainda Eduardo Sasha ampliar aos 31.

Mudança

Os desafios de Zé Ricardo no intervalo eram muitos. Ajustar a marcação, frear o Santos e conseguir ter poder de fogo, algo que faltou na etapa inicial (foram 11 finalizações santistas contra apenas três do Tricolor nos primeiros 45 minutos). Mas o treinador conseguiu ao dar uma nova dinâmica à equipe, sobretudo com Felipe Pires no lugar de Romarinho.

O Fortaleza adiantou as linhas defensivas, teve maior compactação, encaixou a marcação e passou a incomodar o time da casa. O maior volume de jogo surtiu efeito aos 14 minutos, quando Edinho foi derrubado na área após falta de Aguilar. O árbitro não marcou a penalidade, mas, ao consultar o VAR, voltou atrás e corrigiu a marcação. Wellington Paulista cobrou e diminuiu.

Oito minutos depois, o atacante marcou mais um, após cruzamento de Carlinhos, e recolocou o time no jogo. Percebendo o melhor momento, Zé Ricardo foi ousado. Sacou Gabriel Dias e Edinho para colocar André Luis e Osvaldo. Na primeira vez que fez o time jogar com quatro atacantes, o treinador foi premiado, aos 49 minutos, com gol de Tinga, que sacramentou o empate e coroou o time que lutou sem demonstrar cansaço.

O Fortaleza obteve empate heroico após estar perdendo por 3 gols de diferença contra o Santos. Time do técnico Zé Ricardo foi ofensivo na segunda etapa e conseguiu o que parecia improvável dentro de campo.