Nativa da Tanzânia, na África, a Zamioculca tem folhas suculentas e brilhantes em tons de verde escuro. A planta da fortuna, nome popular da erva terrestre da família Araceae, é famosa por atrair prosperidade ao mesmo tempo em que exige poucos cuidados no cultivo diário. Não à toa, ela está cada vez mais sendo usada no paisagismo de ambientes residenciais e corporativos.
Como plantar?
Para que a planta cresça e conserve a aparência vistosa, há cuidados obrigatórios desde o plantio. Portanto, tenha em mãos pedriscos, argila, areia e húmus.
O primeiro passo é adicionar pedriscos para auxiliar a drenagem e depois preencher cerca de 1/4 do vaso com argila. O preparo do solo deve ser feito com 1 litro de terra comum para 1/2 litro de areia e 1/2 litro de húmus de minhoca.
Em seguida, recomenda-se misturar bem todos os componentes antes de colocá-los no vaso. A planta deve ficar no centro e o restante do espaço ser completado com os componentes.
A professora titular do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará, Iracema Loiola*, mestre e doutora em Botânica, também alerta para a escolha do tamanho do vaso onde a muda será plantada.
"Outra recomendação importante é usar um vaso duas a três vezes maior que a muda para garantir melhores condições de crescimento e desenvolvimento da planta. As proporções acima indicadas podem variar para mais ou para menos dependendo do tamanho do vaso a ser utilizado", ressalta.
Cuidados
Por ser considerada uma planta suculenta, que armazena quantidade abundante de água em seus tecidos, a Zamioculca não tolera encharcamento. Assim, a orientação é de regá-la apenas quando o solo estiver bem seco.
Camila Barros, engenheira agrônoma e professora efetiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Tianguá, explica que a necessidade de água na planta pode ser verificada com uso de um palito.
"Pode-se introduzir um palito no solo e aguardar alguns minutos, se o palito sair seco, está na hora de fazer a rega. Desta forma, regue abundantemente até sair água pelo fundo do vaso, e aguarde o solo secar bem para regar novamente", esclarece.
Outra dica mencionada pela especialista é em relação ao material do vaso. Os de barro ou concreto secam o solo mais rapidamente porque trocam umidade com o ambiente. Já os vasos de plástico mantém a umidade do solo "por mais tempo".
É uma planta de sol de ou de sombra?
As Zamioculcas crescem sadias e vigorosas quando preservadas em sombra ou meia sombra, isto é, em ambientes com claridade, mas sem o alcance direto do sol na planta.
Segundo a professora Camila Barros, paredes e quinas são os locais mais indicados, uma vez que protegem a planta de ventos fortes. Também são uma "excelente opção": corredores, bosques e locais com pouca iluminação.
Como limpar as folhas?
Pode-se lavar a folhagem com água (chuva, mangueira ou recipiente) e deixar secar em ambiente. Outra dica de Iracema Loiola é passar um pano umedecido com café (sem açúcar) em cada folha.
Caso as folhas fiquem amareladas ou o verde perca o brilho, é sinal de que há excesso de água. A recomendação de Camila Barros é fazer o replantio se a Zamioculca apresentar esses sintomas.
Como replantar?
O replantio também é indicado ao observar que o vaso da Zamioculca está muito cheio e as raízes estão bastante superficiais. Deve-se colocar em um vaso maior, retirar um pouco do substrato antigo aderido às raízes, fazer a camada de drenagem, colocar um pouco de substrato, colocar a planta e preencher com mais substrato.
"Para manter a planta vigorosa é necessário fazer adubação a cada três meses, com matéria orgânica, a exemplo do húmus de minhoca, casca de ovo triturada ou adubação com fertilizante formulado NPK", aponta Camila, indicando que os materiais podem ser encontrados em lojas de agropecuárias e de jardinagem.
Como podar?
Esta espécie não necessita de podas, já que possui o crescimento bastante lento e chega a um metro de altura, no máximo. Porém, folhas antigas deterioradas podem ser cortadas sempre na base. O corte no meio do ramo não é indicado porque tira a beleza estética da planta.
Como fazer muda?
Basta retirar os folíolos que compõem a folha, enterrá-los no solo e aguardar o enraizamento e crescimento de uma nova planta. Camila pondera que esta forma de propagação é "bastante demorada", levando de 2 a 3 meses para sair os primeiros brotos e de 6 a 8 meses para se obter uma planta adulta.
"Por este motivo, a forma mais rápida de se fazer mudas desta espécie é através da divisão dos rizomas (caule subterrâneo). Neste último caso, obtêm-se um número menor de mudas. A melhor época para propagar sua Zamioculca é no verão quando ela possui um desenvolvimento mais rápido", garante a professora.
Quando a Zamioculca dá flor?
De acordo com Iracema Loiola, a planta apresenta "flores pequenas e alvas", agrupadas em uma inflorescência denominada de espádice, que é protegida por uma folha modificada, a espata, de cor verde claro.
"Tais inflorescências ficam dentro da touceira de folhas e partem bem próximas ao solo. O período de floração é entre os meses de agosto a outubro", cita.
Para que serve a planta?
Ideal para compor a decoração de ambientes internos como escritórios, lojas e shoppings. Dentro do paisagismo, a Zamioculca é considerada folhagem ornamental, por possuir folhas bastante exuberantes, sendo sua flor bem diminuta e com baixo valor comercial.
Iracema destaca que a planta tem ainda um significado espiritual, sendo usada para a "proteção dos ambientes, atrair sorte e prosperidade e também para absorver energia negativa e eliminá-las também".
É venenosa?
Os representantes da família Araceae geralmente acumulam sais, como oxalato de cálcio, na forma de cristais microscópicos mais ou menos esféricos e com projeções pontiagudas (drusas) ou de pequenas agulhas (ráfides) dentro das células.
Assim, quando partes da planta são mastigadas e ingeridas causam uma reação alérgica (intoxicação) e causa dor, queimação, edema nos lábios, boca e língua. Portanto, a professora Iracema orienta a utilização de luvas ao plantar, podar ou manusear para evitar irritações na pele e na mucosa.
"É importante conhecer as plantas da nossa casa e arredores pelos nomes e características. Ao planejar um jardim ou cultivar plantas, escolher espécies vegetais não tóxicas, principalmente se houver crianças e animais na casa e alertar as crianças a não brincarem com as plantas e nem as colocarem na boca", adverte Iracema Loiola.
Especialistas
*Camila Santos Barros de Morais é engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitotecnia e professora efetiva do IFCE Campus Tianguá.
**Maria Iracema Bezerra Loiola é bióloga, mestre e doutora em Botânica e professora titular do Departamento de Biologia da UFC.