Artrópodes da classe Arachnida, os carrapatos têm como hospedeiros anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Eles são capazes de transmitir doenças provenientes de vírus, protozoários e bactérias, mas das 900 espécies existentes no mundo, o carrapato-estrela é um dos que mais tem causado preocupação no Brasil atualmente.
Ao todo, no Brasil, 70 espécies de carrapatos já foram registrados, divididas nas famílias Argasidae e Ixodidae. O carrapato-estrela é conhecido por transmitir a febre maculosa, doença causada por bactérias do gênero Rickettsia e capaz de levar à morte.
Normalmente, o carrapato-estrela é associado a ambientes rurais, podendo ser encontrado em animais como bois e capivaras. Entretanto, há preocupação com outros animais como os cachorros, por exemplo, tanto pelo fato de que podem se infectar como ser agente direto na infecção de humanos.
Transmissão em animais
Diferentemente do carrapato-estrela, a espécie que parasita os cães é chamada Rhipicephalus sanguineus. Ela possui um complexo de espécies e é comum em outras partes do mundo.
Desse grupo, uma espécie mais restrita foi encontrada no Rio Grande do Sul e outra é encontrada no restante do País. As espécies acabaram introduzidas no continente com a colonização e se expandiram com modificações ambientais causadas pela ação humana.
Esse carrapato em questão está exclusivamente associado aos cães e ao ambiente familiar, com infestações em espaços públicos como canis, petshops, garagens e até camas. No entanto, o Ministério da Saúde já descartou a transmissão de agentes da doença por R. sanguineus no Brasil.
Ainda assim, afirma a pasta, a participação do carrapato do cachorro deve ser monitorada, com o objetivo de evitar contaminação.
Apesar de não ser comum, a febre maculosa pode surgir em cães e, mesmo tendo cura, pode ser fatal para o animal de estimação. Como sintomas, a doença pode trazer febre alta, rigidez, respiração difícil, vômito, diarreia e até mesmo edemas pelo corpo do animal.
Como ocorre a transmissão?
Por serem hematófagos, os carrapatos necessitam do sangue de outros seres vivos para sobreviverem, como uma espécie de alimento.
Nesse processo, os parasitas em questão introduzem o aparelho bucal na pele do hospedeiro, alimentando-se do sangue dele. Ao fazer isso, acabam “despejando” micro-organismos perigosos na corrente sanguínea do animal afetado, acarretando doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos.
No caso da febre maculosa, por exemplo, a doença acarreta sintomas como febre alta, dores musculares e articulares, dores abdominais, vômito, diarreia, além do surgimento de manchas avermelhadas na pele.