Árvore-da-felicidade: como cuidar da planta que traz sorte

Conheça mais sobre as plantas que florescem em áreas tropicais, mas não são encontradas no Brasil

Conhecidas como árvore-da-felicidade, as espécies Polyscias fruticosa (planta-fêmea) e Polyscias guilfoylei (planta-macho) são exuberantes plantas que podem atingir até 2,5 metros de altura, com folhas lineares e vários segmentos pequenos recortados. Elas florescem em áreas tropicais, mas não são encontradas no Brasil

O Diário do Nordeste consultou o biólogo e professor Raimundo Luciano Soares* sobre a árvore e preparou um material completo sobre as características, os cuidados, as curiosidades e como plantar a árvore-da-felicidade. 

Tipos 

Planta fêmea 

A árvore-da-felicidade fêmea tem a estrutura mais linear e as folhas com pequenos pedaços cortados. Ela tem uma estrutura que relembra uma franja e cresce até mais de 2 metros. 

Planta macho 

Já a árvore-da-felicidade macho possui folhas divididas em folíolos grandes, não franjados e suas formas são variadas. Ela pode atingir entre três e cinco metros de altura. 

Significado 

De acordo com o professor Luciano Soares, a planta é chamada de árvore-da-felicidade e boas energias pois acredita-se que a presença dela em casas traz esse sentimento aos moradores. A crença teve origem no Japão

A história diz que para conseguir a felicidade o dono da árvore tem que ganhá-la de presente. E você deve desejar felicidade no ato do presente. Alguns cultivadores acreditam que ambas as espécies, macho e fêmea, devem crescer juntas para que a crença seja possível. 

É comum que plantas e árvores tenham significados advindos da crença popular. A Rosa do Deserto, por exemplo, é relacionada à riqueza. 

Como plantar  

O ideal é cultivá-la em meia-sombra. O biólogo aponta que geralmente elas crescem em vaso, tal qual o manacá-da-serra, ou diretamente no chão, de maneira isolada.

Há ainda a possibilidade de a árvore florescer em grupos, formando conjuntos soltos sob a sombra das árvores, em canteiras com terra fértil e irrigados em intervalos regulares. 

Assim como a bromélia, é uma planta de fácil cultivo. 

Cuidados 

Para ter uma árvore-da-felicidade saudável, é necessário garantir que ela cresça em regiões tropicais, com preferências nas de clima mais ameno, para evitar condições que possam impedir o desenvolvimento da planta. 

O calor em excesso, segundo Luciano Soares, doutor em Biologia Vegetal, pode causar queimadura nas folhas, deixando elas com a aparência prejudicada.

As mudas de árvore-da-felicidade requerem ainda solo úmido e rico em matéria orgânica. Não se pode deixar o solo encharcado. Soares comenta que elas podem ser podadas sem prejuízos. Um alerta essencial é para os períodos mais quentes, onde a frequência da rega deve aumentar por causa das necessidades hídricas. 

Com ela já crescida e no ambiente de casa, é essencial deixar longe de móveis e objetos que possam impedir o desenvolvimento lateral da árvore. 

Pega de galho? 

Sim. A planta facilmente se multiplica por estacas em qualquer época do ano. A chamada estaquia permite, a partir galhos, o nascimento de uma nova com as mesmas características da original. 

Luciano Soares indica que as estacas devem ter tamanho entre 15 e 20 centímetros de comprimento para que o processo do plantio dê certo. 

Árvore da Felicidade

É tóxica para animais?

O professor indica que, em geral, a árvore não é tóxica para animais. Ela pode, sim, ser cultivada em ambientes onde os pets são criados. A espécie também não representa perigo para mamíferos de outra natureza, nem humanos.

Planta da felicidade gosta de sol ou sombra?

A árvore gosta de meia-sombra para que cresça sem intercorrências.

Árvore-da-felicidade murchando: o que fazer? 

Deve-se regar a planta para checar se ela está desidratada. Caso ela permaneça murcha, pode ser um sinal de desnutrição mineral. Para restabelecer a saúde da árvore, é preciso adubar com nutrientes. 

*Raimundo Luciano Soares Neto é bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre em Sistemática e Evolução na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Doutor em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atua como professor substituto na Universidade Regional do Cariri (Urca) – Campus Pimenta e desenvolve pesquisas na área de Botânica, com ênfase em flora, distribuição geográfica e etnobotânica.