O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), concluiu, nesta segunda-feira (15), que não houve falha humana ou mecânica no acidente aéreo que provocou a morte da cantora Marília Mendonça, em Minas Gerais, em novembro de 2021.
Segundo o laudo, as decisões por parte do piloto não demonstram erro. Ainda conforme a investigação, os cabos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram obstáculo para a aeronave. "A mudança de rota não demonstra o erro", escreveu o Cenipa.
O órgão disse ainda que as torres da empresa foram preponderantes para a tragédia e destacou que a altura do avião "estava dentro dos padrões". "O Cenipa não aponta culpados. A intenção do órgão é criar um ambiente para que situações futuras sejam evitadas", comentou o advogado da família de Marília, Robson Cunha, ao Metrópoles.
Em nota enviada ao Diário do Nordeste, o Cenipa informou que a comissão contou com uma "equipe multidisciplinar composta por 30 militares e civis, entre eles, especialistas em Fator Operacional (pilotos e mecânicos de aeronaves), Fator Humano (médicos e psicólogos), Fator Material (engenheiros), bem como Assessores Técnicos Consultivos compostos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)".
Ainda conforme o relatório, continuam em análise o desempenho técnico do ser humano que pilotava o avião de pequeno porte, a operação da aeronave em geral e aeródromo e auxílio de solo em geral. Cerca de 95% da investigação foi concluída.
Ao g1, o advogado da família explicou por que Dona Ruth não compareceu a apresentação do documento. Segundo ele, para a mãe de Marília, "nada do que vier a ser tratado vai trazer Marília de volta e o interesse é que, a partir de hoje, não ocorram acidentes como esse".
Acusado de vazar fotos da cantora no IML vira réu
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia do Ministério Público, nesta segunda-feira (15), contra o homem suspeito de vazar as fotos da autópsia de Marília Mendonça. Além disso, determinou que o Twitter retire do ar o perfil do acusado. No entanto, a plataforma segue mantendo a conta disponível.
A partir dela, os usuários podem acessar o link que leva às imagens. André Felipe de Souza Alves Pereira é acusado de difundir o material e foi preso em 17 de abril, em Santa Maria, no Distrito Federal.
Logo após a prisão do suspeito, a Justiça já tinha determinado que as imagens fossem apagadas das redes sociais. O pedido foi reforçado no dia 28 de abril, mas o Twitter segue com o perfil no ar.
Julgamento do suspeito
André deve ser julgado por diversos delitos, incluindo vilipêndio a cadáver. Ele também responderá por crimes:
- Contra o sentimento religioso;
- Contra o respeito aos mortos;
- Contra a incolumidade pública;
- Atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública.
No perfil dele, André ainda fazia postagens racistas e com apologia ao nazismo. Por isso, também será julgado por uso de documento falso e crimes de preconceito e intolerância racial.
Vazamento das fotos
No início de abril, as imagens partiram de um laudo sigiloso do IML um ano e meio depois da morte de Marília Mendonça. Pesquisas pelas imagens dispararam no Google, apesar de protestos da família e do clima geral de indignação comentado por fãs nas redes sociais.
A equipe da cantora sertaneja se disse "chocada" com o conteúdo. O advogado da família busca medidas para punir os responsáveis pelo vazamento - tanto quem vazou quanto quem compartilha as fotos cometem crime.
A mãe de Marília, Dona Ruth, pediu na última sexta-feira (14) que as imagens não sejam compartilhadas. "Não respeitam a memória, não respeitam a dor da família", disse, lembrando que a internet não pode ser “terra sem lei”.
Acidente aéreo
A cantora Marília Mendonça e parte da equipe estavam em um avião de pequeno porte que caiu perto de uma cachoeira na cidade de Piedade de Caratinga.
Inicialmente, a assessoria da sertaneja informou que ela estava bem e que havia duas pessoas na aeronave. O número e a informação, contudo, foram atualizados posteriormente, e as mortes foram confirmadas pelas autoridades mineiras.
De acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça, outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição de alta tensão da empresa, em Caratinga, em Minas Gerais.
A Polícia Militar mineira afirmou que o avião bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia (GO) e caiu em uma cachoeira localizada a dois quilômetros da pista onde faria o pouso. Ele podia levar até seis passageiros e tinha capacidade para 4,7 mil quilos.
A PEC Táxi Aéreo, responsável pelo avião de pequeno porte, comunicou que o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, e o copiloto Tarciso Pessoa Viana tinham ampla experiência de voo e que a aeronave estava habilitada pela Anac.
“O avião envolvido no acidente era devidamente homologado pela Anac para transporte aéreo de passageiros e estava plenamente aeronavegável”.
Ligação para cearense
A cantora Marília Mendonça ligou para uma fã do Ceará a caminho do aeroporto, horas antes de morrer. Ela publicou uma série de stories no Instagram ligando para fãs a fim de divulgar seu novo vídeo: "[DDD] 85 na área", escreveu.
"Oi, tudo bem, com quem eu falo?", disse a sertaneja. "Oi, é a Alexsandra", respondeu a fã. "Sabe quem tá falando?", questionou a goiana, ao passo que a cearense continuou confusa.
"É a Marília, Alexsandra", respondeu. "Valha, Marília Mendonça?", falou a fã. A ligação foi para perguntar se os fãs já haviam assistido o clipe lançado nesta sexta-feira, "Fã Clube", parceria com Maiara e Maraísa.
"Meu amor, eu estou te ligando pra saber se você já assistiu o vídeo do fã clube? Lançou agora, corre lá pra assistir", indicou Mendonça.