A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) já divulgou que a disseminação da Covid-19 vem desacelerando na cidade, após um rápido aumento no mês de junho. Dados de atendimentos motivados por síndromes gripais em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital parecem confirmar a hipótese.
Segundo a plataforma IntegraSUS, alimentada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a procura nas 12 UPAs monitoradas pelo sistema reduziu quase 25% nas últimas duas semanas, em comparação com o período imediatamente anterior.
Entre os dias 3 e 16 de julho, foram 6.043 atendimentos, com 36 transferências (quando os casos exigem maior atenção). No período, a Covid-19 representou 85% da procura. A população adulta jovem foi a que mais buscou assistência no período (25% do total), segundo os dados da plataforma: 798 pessoas tinham entre 20 e 24 anos, seguidas por mais 715 de 25 a 29 anos.
Nas duas semanas anteriores, de 19 de junho a 2 de julho, foram 8.029 atendimentos - 84% por Covid-19 - e 39 transferências. Ao contrário do período mais recente, as crianças de até 4 anos foram o público mais afetado, com 1.028 assistências (13% do total), seguidas por 905 pessoas de 25 a 29 anos.
A plataforma estadual também mostra que a última semana teve o menor número de acolhimentos nas UPAs desde a metade de março.
UPAs mais procuradas nas últimas duas semanas
- Canindezinho - 992
- Messejana - 839
- Jangurussu - 805
- Praia do Futuro - 718
- Cristo Redentor - 615
Em boletim epidemiológico recente, a SMS considera que a "quarta onda" de Covid-19 deve ter atingido o pico na transição entre os meses de junho e julho. "No entanto, os dados ainda devem ser considerados preliminares, em virtude do natural retardo da confirmação dos casos mais recentes", ressalta o documento.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará já confirmou a presença de subvariantes mais transmissíveis do coronavírus, a BA.4 e BA.5, no Estado. Elas estão associadas a casos de reinfecção e podem inclusive burlar o sistema imunológico de quem já tomou as vacinas contra a doença.
Com isso, pode haver aumento de casos porque a forma do vírus é diferente daquela que já circulou em outros momentos de maior transmissão. Assim, a recomendação das autoridades de saúde é procurar a testagem quando surgirem sintomas gripais, ainda que eles sejam leves.