O vírus da Covid-19 continua em circulação no Ceará e vem provocando aumento na positividade de exames na rede privada de testagem. Entre abril e maio, a proporção de diagnósticos confirmados em farmácias aumentou de 3,8% para 8,3%.
Os dados foram repassados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) ao Diário do Nordeste e revelam reversão da tendência de queda nos registros.
Em abril, as farmácias cearenses fizeram 6,4 mil testes, dos quais 244 deram positivo - uma média de oito por dia. Já em maio, até o último dia 22, foram realizados 6,5 mil exames, com 544 positivos - cerca de 25 ao dia.
Apesar do aumento, a escala de casos é menor em relação a outros períodos da pandemia. Em agosto de 2021, por exemplo, quando a positividade também era de 8,3%, foram confirmados 2.025 testes.
O recorde de positividade nesses estabelecimentos no Estado ocorreu em janeiro deste ano, quando chegou a quase 47%. Também houve recorde de testes realizados e confirmados: foram 142,1 mil e 66,3 mil, respectivamente.
Em fevereiro, a proporção de testes positivos reduziu para 32%. Em março, caiu bruscamente para 3,76%.
O indicador de positividade é um dos primeiros a ser alterado, segundo especialistas, sendo necessário avaliar o cenário de procura por assistência médica. No entanto, também ponderam que a quantidade de testes feitos atualmente é considerada baixa.
O médico infectologista e consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), Keny Colares, ressaltou em entrevista ao Sistema Verdes Mares que há pessoas com síndromes gripais que deixam a testagem de lado, mascarando a real circulação da doença.
O que preocupa é a possibilidade de os casos estarem acontecendo e não serem notificados. Pessoas que antes procuravam assistência agora têm casos mais leves e nem testam, ou compram autoteste na farmácia e não notificam. A subnotificação nos preocupa.
“Na rede privada, os índices estão mais elevados, mostrando que a doença está circulando”, complementa. Ainda assim, ele considera que os principais indicadores, de casos e óbitos, continuam com “estabilidade em níveis baixos”.
Liberação das máscaras
Desde o dia 21 de março, o uso de máscara deixou de ser obrigatório em locais abertos no Ceará e, desde o dia 15 de abril, a obrigatoriedade também caiu em lugares fechados. Mas, em hospitais, policlínicas, postos de saúde e veículos de transporte público, o uso obrigatório permanece.