Moradores da cidade de Milhã, na região Centro-Sul cearense, sofreram com uma enchente na manhã desta segunda-feira (27). Pessoas ficaram desabrigadas, móveis foram perdidos e casas chegaram a desabar em algumas regiões da cidade.
Segundo a Defesa Civil, a população está recebendo apoio direto na creche municipal, que fica localizada na sede da gestão municipal.
O agricultor Carlos Vandik da Silva comentou que foi surpreendido pela velocidade em que a água encheu a sua casa. Ele havia saído para trabalhar e retornou por volta das 8 horas da manhã. A água, que havia transbordado de um rio próximo, já tinha invadido a casa e danificado móveis e eletrodomésticos. Tudo foi perdido.
"Saí de casa e quando voltei a enchente já tinha invadido tudo, umas 8 horas da manhã. Foi ligeiro demais, com mais de 1 metro de altura. Perdi tudo: fogão, televisão, geladeira, sofá, armário", disse.
"Está tudo jogado no chão. Agora, só Deus dá um jeito. Eu pensei que ia ser só a sangria do açude, mas arrombou e invadiu tudo", completou.
Preocupação com familiares
Já a dona de casa Sebastiana Bezerra ficou com medo pela irmã e a mãe, que ficaram presas em casa por conta da força da água. Ela contou que mora em região que não foi atingida pela enchente, mas ficou "em pânico" ao saber que a irmã não estava conseguindo deixar a zona de risco.
"Quando eu fui saber, já era 10 horas da noite, com a informação que o rio poderia vazar, aí já fiquei em pânico e liguei pra minha irmã, que mora do outro lado. Entrei em contato para que ela tirasse todo mundo de casa. Mas até agora de manhã ela não conseguiu. Estão tentando tirar ela, mas não tem condições. Pessoal lá está sem energia, sem internet", disse.
"Eu nunca vivi uma situação como essa", completou.
Assistência após os danos
A população de Milhã, contudo, já conta com o apoio de equipes da Defesa Civil e de assistentes sociais, que fizeram, na parte da manhã, um levantamento para saber as necessidades das pessoas que havia sido impactadas.
A assistente Rita Oliveira contou que as equipes de apoio estão entrando em contato com os moradores da região para entender a situação, apontando quem precisa de uma moradia temporária
Cheguei de manhã e o pessoal já estava mobilizado. Pensamos aqui num instrumental para ver que famílias estavam desabrigadas, quem precisava de apoio, para ver também como poderemos atuar. Estamos fazendo um levantamento ainda.
Estado de emergência
Considerando os danos registrados na manhã desta segunda, o prefeito de Milhã, Alan Macedo, decretou situação de emergência e estado de calamidade pública. O decreto tem validade de 60 dias e poderá ser prorrogado por mais 180 dias, dependendo da situação na cidade.
A partir da medida, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre.
Em um relatório da Defesa Civil há relatos de destruição de casas, rompimento de barragens de açudes locais, e ainda há o risco de arrombamento de reservatórios de médio e grande porte.
Além disso, trechos da rodovia que passa pela cidade estão parcialmente comprometidos.