Oito meses após sofrer um acidente com um aparelho de academia em Juazeiro do Norte, Regilânio da Silva Inácio, 42, teve evoluções no tratamento com fisioterapia e planeja levar a musculação ainda mais a sério. O ex-motorista de aplicativo já retomou os exercícios e quer se tornar levantador de peso. As informações são do Uol.
No dia 4 de agosto de 2023, o ex-motorista de aplicativos estava sentado, descansando entre as séries dos exercícios, quando um aparelho chamado agachamento hack, de 150 kg, despencou e o atingiu no ombros e no pescoço. Ele teve uma lesão na coluna e perdeu o movimento das pernas imediatamente.
Há oito meses, Regilânio mantém uma rotina de duas horas de fisioterapia por dia, cinco vezes na semana, e já consegue realizar algumas atividades por conta própria. Se antes ele precisava da ajuda de duas pessoas para se transferir da cama para a cadeira, agora ele já entra e sai do carro sozinho.
Passados poucos dias do acidente, o ex-motorista já dizia que esperava voltar a andar. Meses depois, ele continua esperançoso e retomou a musculação. Desde o final de 2023, ele treina em uma rede de academias diferente daquela em que ocorreu o acidente, com a ajuda de um professor e exercícios adaptados.
Ele relata que, inicialmente, teve dificuldade pelas lembranças do dia do acidente.
"Eu sempre falava para o pessoal que eu sonhava com isso, mas quando cheguei me vinha aquele filme na cabeça, tudo de novo, aquela pancada em mim. Eu estava brigando com o medo que estava dentro de mim", afirma.
Dedicar-se mais à modalidade é um dos planos de Regilânio. "Estou até pensando em investir, em focar bem na academia, para eu competir nesses campeonatos que têm levantamento de peso."
Apesar do otimismo, o ex-motorista relatou as dificuldades que ele e os familiares vêm enfrentando desde o acidente. A esposa precisou abrir mão de dois empregos que tinha e Regilânio teve que adiar o sonho de proporcionar "o melhor estudo" para os dois filhos.
TRATAMENTO
Um dia após o acidente, no dia 5 de agosto de 2023, Regilânio da Silva Inácio passou por uma cirurgia para corrigir a fratura, sendo necessário descomprimir e realinhar a coluna. Na época, a previsão era de que ele tinha apenas 1% de chance de voltar a andar.
O neurocirurgião Ronaldo Ferreira detalhou que ele sofreu um traumatismo raquimedular, uma lesão traumática decorrente de uma luxação, que é o deslocamento de uma vértebra, comprometendo a medula.
Três meses depois do acidente, o homem teve um avanço no tratamento e conseguiu engatinhar pela primeira vez. Ele tinha saído do Ceará no início de novembro para fazer um tratamento na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, em Salvador, na Bahia.
Para custear equipamentos e remédios necessários para o tratamento, familiares e amigos de Regilânio contaram com doações. Eles abriram uma vaquinha com objetivo de arrecadar R$ 35 mil. A iniciativa contou com a participação de 1.544 pessoas e eles atingiram a meta.