O fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus chegou ao Ceará nesta quarta-feira (14), e foi recebido com solenidade no Palácio da Abolição, em Fortaleza. O objeto foi descoberto no Estado e levado ilegalmente para a Alemanha, sendo oficialmente repatriado ao Brasil na última segunda-feira (12).
O Ubirajara jubatus foi levado do Brasil na década de 1990 por pesquisadores estrangeiros e ficou exposto no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, na Alemanha. Agora, ele será encaminhado ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, de responsabilidade da Universidade Regional do Cariri (Urca).
Durante cerimônia, o governador Elmano de Freitas comentou sobre como a recuperação do fóssil aumenta a autoestima do povo cearense.
"Agradeço toda a colaboração diplomática entre as embaixadas para o retorno do fóssil desse réptil que viveu há 110 milhões de anos. É um momento histórico que muito representa para a história acadêmica não só do povo cearense, mas também dos nordestinos, brasileiros e de todos que acreditam na ciência e na pesquisa".
Elmano ainda relatou que o Estado está negociando com a França para trazer outro fóssil. "Em uma época onde tem gente que acha que a Terra é plana, isso vai criando em nós cultura e valorização do patrimônio. Aqui neste canto temos a capacidade de construir conhecimento. É um primeiro passo: outros fósseis serão recuperados", garantiu.
Fóssil raro
O Ubirajara jubatus é do período Cretáceo e tem aproximadamente 110 milhões de anos. Essa é a primeira espécie não-aviária, com estruturas semelhantes à penas localizada na América do Sul, segundo o MCTI.
O dinossauro viveu há 110 milhões de anos, na região da Bacia do Araripe, no Interior do Ceará. O fóssil é do tamanho de uma galinha e revestido por penas em duas placas (positiva e negativa).
A primeira placa mede 47 cm x 46 cm x 4 cm, pesando cerca de 11,5 kg. E a segunda mede 47 cm x 46 cm x 3 cm, com peso aproximado de 8,0 kg. O dinossauro foi retirado de forma irregular do Brasil para a Alemanha.
Após a descoberta do fóssil ser publicada por pesquisadores ingleses e alemães em dezembro de 2020, a polêmica em torno do fóssil se intensificou. A saída dele do país foi questionada pela comunidade científica brasileira, que apontava para uma possível exportação ilegal.
O Conselho de Ministros do estado de Baden-Württemberg decidiu pela devolução do fóssil em 2022. Entre os motivos, está a não elucidação de aquisição e importação do fóssil.